Hexacampeão brasileiro em 2009, o Flamengo sofreu no ano seguinte após as saídas de Adriano e Vagner Love. Para resolver o problema do ataque, o clube apostou em Val Baiano, ex-Grêmio Barueri, mas não obteve sucesso. Três anos depois, também num momento difícil esportivamente, o Rubro-Negro volta a procurar jogadores no interior paulista. Um deles é Val, "xará" (o novo reforço chama-se Lucivaldo e o outro, Osvaldo) do centroavante. Mas o novato, contratado ao Mogi Mirim, tem como principal função evitar gols, atuando como volante. O ex-flamenguista torce por seu homônimo, porém cobra oportunidades.

- Torço para que ele tenha mais oportunidades do que o outro Val, no caso eu. A posição dele é mais fácil do que a minha, só precisa correr. É só correr que cai nas graças da torcida. Eu tinha que correr e fazer gol (risos). Se ele está no Flamengo é porque os olheiros do clube viram qualidade nele. Que a torcida tenha paciência com ele, porque a gente sabe que a torcida aí do Rio é impaciente - disse o atacante, hoje defendendo a Penapolense-SP.

Outra coincidência nominal em relação aos reforços ocorre com o volante Diego Silva e o atacante Paulinho, contratados ao XV de Piracicaba e apresentados pelo Flamengo na última terça-feira. Em 2006, após brilharem pelo Ipatinga na Copa do Brasil, uma dupla com o mesmo nome chegou ao clube da Gávea. A diferença é que Diego era atacante e Paulinho, volante.

Val Baiano não poupou elogios a Diego Silva, com quem jogou no Grêmio Barueri, na temporada passada. Já Paulinho ele não conhece.

- Diego Silva jogou comigo no Barueri, é um volante. Muito bom jogador esse moleque. É uma surpresa para mim ele chegar ao Flamengo e estou muito feliz. É muito bom e trabalha bastante. A torcida pode esperar muito do Diego, um grande jogador. Espero que possa cair nas graças da torcida. Quando a torcida abraça, o jogador cresce e rende. O Paulinho eu não conheço, mas não chegou ao Flamengo à toa - avaliou.

Val crê que teria brilhado no Flamengo caso fosse mantido em 2011

Ao afirmar que torce por mais oportunidades para o novo Val rubro-negro, o atacante, de 32 anos, deixou clara a frustração com sua utilização no clube. Ele acredita que faria muitos mais gols caso tivesse atuado ao lado de Ronaldinho e Thiago Neves, principais reforços do Flamengo para 2011, ano posterior à sua saída.

- Não tenho mágoa de ninguém, principalmente do Flamengo. Se eu já amava o Flamengo, hoje amo mais ainda. Não tenho mágoas nem do Luxemburgo, só acho que poderia ter mais oportunidades como teve o Wanderley (hoje no Al-Arabi, do Catar) em 2011. Cheguei em 2010 na metade do Brasileiro, vim de fora. Se eu ficasse para o ano seguinte, acho que faria mais gols, assim como fez o Wanderley. Em 2010, o time não era o mesmo que o do hexa. Era totalmente diferente, o Pet já não era o mesmo e o nosso destaque era o Léo Moura, um lateral-direito. No ano seguinte, o time tinha Ronaldinho, Thiago Neves, Junior Cesar. Aí os atacantes faziam gols. Você vê o Renato, um cara muito inteligente e meu amigo pessoal. Ele chegou dos Emirados Árabes em 2010 e não foi tão bem. Em 2011, com pré-temporada, ele melhorou muito e voltou a ser o Renato que todos conhecem. Faltou oportunidade, mas só o fato de ter passado pelo Flamengo já foi um momento muito gratificante na minha vida.