Aos 36 anos e sem clube desde setembro de 2015, Ronaldinho ainda não cogita encerrar a carreira. Após a rescisão contratual com o Fluminense, último time que defendeu em uma partida oficial, o craque vive de aparições esporádicas em jogos amistosos e participações em comerciais e eventos beneficentes. O futuro no futebol é incerto e nem o irmão-empresário descarta que este ano possa representar o fim da linha para um dos maiores nomes da história do futebol.
Questionado sobre os próximos passos do atleta que se sagrou pentacampeão mundial em 2002 pela seleção brasileira, Roberto de Assis, irmão e agente do meia-atacante, revela o interesse de clubes brasileiros e do exterior.
"Estamos em um momento de definição do nosso futuro. Tenho conversas com clubes da Europa, Estados Unidos, Austrália e Brasil, mas ainda estamos por definir qual o melhor caminho a seguir", disse ao UOL Esporte por meio de mensagem de texto.
Sobre qual liga interessaria ao jogador defender, Assis lista uma série de fatores preponderantes para a escolha: "Depende muito do que este clube pensa como objetivos, qual é o seu projeto. Dependerá muito do país, que competições ele disputará. Acho que este mix é o mais importante, até porque os craques não representam custos para os clubes. Eles se pagam. Com imagem, direitos de TV paga, valor da marca. É só ver o que aconteceu com os clubes que ele defendeu, o valor da marca sempre cresceu muito", comentou.
"Isso ninguém fala no Brasil, apenas empresas, como consultorias importantes. E o Ronaldo, por ser uma marca global, leva sempre o nome destes clubes para muitos lugares que, às vezes, nem imaginam", acrescentou.
O representante de R10, todavia, fala em tom de dever cumprido ao se referir sobre a carreira do atleta. O carinho recebido durante as presenças em eventos no exterior deixam o irmão do craque com esta sensação.
"Estamos muito felizes com o carinho e respeito, ao chegar em cada país, em cada evento. Realmente é muito bom. É uma sensação de dever cumprido, sensação gostosa de ter realizado algo importante no nosso esporte, de ser um pequeno gigante na indústria do esporte mais importante do Brasil e do mundo", declarou antes de o irmão participar de um evento beneficente, na Inglaterra, no domingo.
R10 não para de faturar
PETER POWELL/EFE
Ronaldinho participa de evento em Manchester
A verdade é que, desde que deixou as Laranjeiras, em setembro do ano passado, a prioridade de Ronaldinho é outra. A participação em eventos tornou-se uma forma de lucrar sem a necessidade do cotidiano desgastante do esporte. O próprio irmão revela que ele tem aproveitado para fazer aparições em locais inimagináveis:
"Estamos trabalhando muito mais hoje, pois temos tempo livre. Temos também a chance de estar presente em lugares que dificilmente iríamos ou a lugares que ainda não tínhamos ido. Além de participar de vários jogos amistosos na América Latina, vários comerciais e produtos licenciados, presença pessoal em vários eventos de grandes empresas", concluiu.
Uma pessoa ligada ao Grupo Assis Moreira confirmou ao UOL Esporte que o jogador recebe no mínimo R$ 300 mil por evento internacional. No jogo entre Las Vegas City e Miami United, disputado em 15 de maio, por exemplo, R10 recebeu 200 mil dólares (cerca de R$ 750 mil). O craque permaneceu em campo por 45 minutos.
No Fluminense, o salário do jogador era de R$ 800 mil mensais, pouca coisa inferior em relação aos vencimentos do período em que esteve na Cidade do Galo. No Atlético-MG, o jogador chegou recebendo R$ 300 mil mensais, mas devido ao fato de alcançar objetivos, passou a faturar aproximadamente R$ 900 mil por mês. O clube deve cerca de R$ 10 milhões até hoje ao atleta.
O amistoso entre as equipes estadunidenses não foi a única aparição de R10 na mídia. Ele participou de um reality show sobre futebol nos Emirados Árabes Unidos, esteve também em um amistoso organizado por David Beckham na cidade de Manchester, foi a grande estrela na partida que marcou o centenário do Barcelona, do Equador, em dezembro passado e defendeu as cores do Fluminense durante a Florida Cup, disputada em cidades do estado homônimo nos EUA.
Vida agitada
E se faturar já é um costume de Ronaldinho, o jogador também não deixa de gastar. Em novembro do ano passado, ele visitou a cidade de Miami e aproveitou para alugar um Lamborghini Aventador amarelo. O carro é avaliado em 400 mil dólares (cerca de R$ 2 milhões).
O carrão usado na Ocean Drive e Collins Avenue não foi a única extravagância do jogador no período em que esteve afastado dos gramados. Constantes mesmo quando atuou pelos principais clubes do Brasil e do mundo – Barcelona, Milan, Flamengo, Atlético-MG, Grêmio e Fluminense –, permanecem no cotidiano do craque. Em Dubai, ele fez presença em uma balada e recebeu agradecimento via redes sociais.
A folia não se restringiu ao Oriente Médio. Em fevereiro, ele foi a Salvador e curtiu o famoso carnaval da cidade. Ele assistiu à passagem dos trios elétricos no circuito Barra-Ondina, no camarote Skol Beats Spirit, um dos espaços mais badalados da festa. Ele segue flagrado constantemente em eventos e noitadas ao redor do Brasil e do mundo.
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Ronaldinho se vie vai fazer a deferência