16/5/2013 20:24
Juiz de Fora abraça time do Flamengo e espera por mais alegrias
Equipe muda rotina da cidade, mas torcida retribui com festa, incentivo e tietagem. Rubro-Negro volta a sua 'casa' dia 29, para pegar a Ponte Preta
Carinho não faltou ao Flamengo em sua passagem por Juiz de Fora. Sem um grande estádio para mandar suas partidas no Rio de Janeiro, o clube recorreu à cidade mineira para enfrentar o Campinense, pela Copa do Brasil, e acabou abraçado pelos 19.286 rubro-negros que acompanharam a vitória por 2 a 1 e a classificação para terceira fase da Copa do Brasil. Assim como já tinha acontecido na chegada à cidade e no treino de reconhecimento, os torcedores demonstraram forte apoio durante os 90 minutos e deixaram as portas abertas enquanto a equipe estiver “sem casa”. O retorno já está marcado: dia 29, para encarar a Ponte Preta, pela segunda rodada do Brasileirão.
Palco de partidas importantes na história do clube, como a despedida de Zico, em 89, e a salvação do rebaixamento com gol de Felipe Mello, em 2001, Juiz de Fora teve a rotina alterada por dois dias para receber o Rubro-Negro. No início da tarde de terça, centenas de torcedores pararam a Av. Getúlio Vargas, uma das principais da cidade, para receber o time com euforia a delegação. No dia do jogo, as ruas pareciam vestir vermelho e preto, tamanho o número de camisas exibidas.
Desde o início da tarde, o trânsito na região central começou a sofrer interferências por conta do jogo. Enquanto se dirigiam para o estádio, moradores diziam: “Todo mundo sabia que ia ser assim”, em crítica a impacientes que apelavam para buzinas. Já nos arredores do palco da partida, o clima era de confraternização. Muitos torcedores ignoraram o longo engarrafamento nas ruas de acesso e optaram por caminhar ao som do repertório comum nas arquibancadas.
Ao chegarem ao Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, a entrada ficou para minutos antes do apito inicial. Com um grandioso estacionamento em frente ao portão principal, os rubro-negros optaram por fazer a tradicional concentração regada a cerveja, proibida dentro do estádio. Ambulantes também fizeram a festa e agiram sem fiscalização na venda de produtos piratas. Até mesmo cópias da camisa da Adidas, ainda não lançada, podiam ser encontradas.
Já a postos, o flamenguistas deixaram claro desde o início o desejo de transformar o local em um pequeno caldeirão. Na entrada dos jogadores do Campinense para aquecimento, uma grande vaia foi ouvida. Ao deixar o vestiário correndo, um dos paraibanos disse em tom de surpresa e ironia:
- Que isso! Coisa linda, pai!
A presença dos cariocas em campo causou, obviamente, efeito contrário, e gritos de incentivo duraram todo o aquecimento. Com bola rolando, os mineiros pareciam estar habituados a empurrar o time e momentos de silêncio eram raros entre cantos como “Raça, amor e paixão”, “Mengão do meu coração” e, principalmente, o hino do clube. O trio de arbitragem também não teve sossego e sofreu com reclamações ou pedidos de cartão para o adversário a cada falta marcada.
Como já havia acontecido anteriormente, Léo Moura e Renato Abreu foram os mais badalados e tiveram seus nomes gritados. Os momentos de maior excitação, no entanto, aconteciam em jogadas individuais de Gabriel e Rafinha – mesmo com a dupla em noite pouco inspirada. No meio de tantos afagos, um jogador destoava: Amaral.
Mal em campo e com muitos erros de passes, o volante tirou a paciência do torcedor, que vibrou como um gol ao ter a confirmação de sua substituição por Luiz Antonio no intervalo. Ainda durante a parada, o locutor oficial anunciou o retorno do time para partida diante da Ponte Preta, provocando nova reação entusiasmada.
Com o Fla melhor no segundo tempo, os gritos de incentivo seguiam o padrão da etapa inicial e dividiam espaço com “olas”. As substituições de Renato Abreu e Rafinha por Rodolfo e Paulinho, entretanto, não foram aprovadas. Na saída do meia, sinais de descontentamento foram percebidos e viraram focos de gritos de “burro” quando o camisa 7 caminhava para deixar o campo.
O gol de Elias logo em seguida, com a participação de Rodolfo e Paulinho, recolocou as coisas no seu lugar. Melhor em campo, o volante teve o nome gritado por todo estádio. Ao apito final, as atenções se voltaram para as cadeiras especiais. Ali, o presidente Eduardo Bandeira de Mello e o vice de futebol, Wallim Vasconcellos, assistiram ao jogo e tiveram dificuldades para chegar ao portão de saída. Enquanto cruzavam as arquibancadas já praticamente vazias, receberam aplausos e elogios pela gestão que só tem quatro meses e meio de duração, além de muitos pedidos de fotos.
Após o jogo, Jorginho agradeceu o apoio:
- Por ter jogado aqui muitas vezes com o Flamengo, tenho uma gratidão. Fomos muito bem recebidos e tentamos retribuir da melhor maneira possível. Não fizemos uma grande partida, mas conseguimos a vitória. Só tenho a agradecer.
Em êxtase, Juiz de Fora fez do carinho uma característica na passagem do Flamengo. O retorno está garantido ao menos mais uma vez, mas os torcedores deixaram claro: a porta está aberta, sejam bem-vindos.
2013 visitas - Fonte: Globo Esporte
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