Contratado para ser o homem forte do futebol do Flamengo e com carta branca para mandar no departamento, Paulo Pelaipe já não goza mais do mesmo prestígio nos bastidores do clube. Por conta de seu temperamento explosivo, que muitas vezes terminou em grosserias com seus subordinados, e da insistência por ver o meia Carlos Eduardo no time, o dirigente já vê seu futuro em xeque no rubro-negro.

Até mesmo uma possível demissão de Pelaipe, que chegou ao Rio de Janeiro em dezembro, não está descartada. Vice-presidentes, dirigentes e pessoas influentes da gestão do presidente Eduardo Bandeira de Mello reprovam o trabalho do cartola nos últimos seis meses.

Além do comportamento considerado inadequado pelo grupo que assumiu o Flamengo no início de 2013, pesam contra Pelaipe as fracassadas contratações do período. Com exceção de Marcelo Moreno, Gabriel e Elias, os reforços fechados pelo cartola não agradaram.

E aquele que seria o grande destaque do time na temporada lidera a lista de reclamações. Com o maior salário do elenco, Carlos Eduardo ainda não fez jus ao investimento de quase R$ 600 mil mensais. Ainda assim, Pelaipe insiste em apostar no jogador. E tal fato incomoda a diretoria, que defende o rompimento do vínculo com o meia.

E a insatisfação não chega a ser novidade. Incomodados com o autoritarismo de Pelaipe, membros da alta cúpula tentaram há pouco mais de um mês a contratação de um supervisor para dividir o comando do futebol com o diretor executivo. O ex-jogador Fábio Luciano foi sondado, mas compromissos profissionais em São Paulo impediram o acerto.

Agora, a ordem é buscar um nome que seja capaz de substituir Pelaipe, possibilitando assim a demissão do dirigente. As opções, porém, ainda são escassas.

Paulo Pelaipe pode ser o segundo a deixar o departamento de futebol do Flamengo nos últimos dias. O outro foi o técnico Jorginho, demitido na madrugada da última quinta por conta do péssimo início de Campeonato Brasileiro, que deixou o time na zona de rebaixamento da competição.

Em campo, o Flamengo volta a jogar neste sábado, contra o Criciúma, pela quinta rodada do Brasileiro, no primeiro jogo sem técnico desde a saída de Jorginho. Nos bastidores, já há quem diga que esse pode ser o último compromisso de Pelaipe à frente do futebol do clube.