Preso há quase sete anos pela morte de Eliza Samudio, o goleiro Bruno recebeu nesta sexta-feira um habeas corpus da Justiça que o permite sair da penitenciária. Em janeiro do ano passado, em entrevista à Rádio Itatiaia, Bruno afirmou que estava falido e havia assinado um pré-contrato com o Milan pouco antes da prisão. Porém, ainda há mais para ser revelado. O LANCE! escutou uma fonte próxima ao jogador e descobriu uma grande história. Hoje sem dinheiro algum, Bruno tinha nas mãos no dia de sua detenção, em 7 de julho de 2010, uma tentadora oferta do Zenit que faria dele um milionário aos 25 anos. A proposta havia sido recebida dias antes da prisão.
A oferta por Bruno era de 8 milhões de euros, cerca de R$ 17,5 milhões, na cotação da época. O Milan era o sonho do camisa 1, mas a grana russa se mostrava suficiente para cobrir sua multa rescisória, o afastar da Itália e o mandar para São Petersburgo. O Flamengo estava feliz com o negócio, mas aí o nome do goleiro entrou nas páginas policiais e tudo parou. Um triste desfecho.
- A proposta do Zenit era grande. Tinha alguma coisa vindo do Milan sim, mas o Zenit ofereceu muito dinheiro. Seria a independência financeira do Bruno, sem dúvidas. E a proposta cobria o que o Flamengo queria. A ida para o Zenit era uma possibilidade forte, mas então houve aquilo tudo sobre o caso e a prisão - disse a pessoa ouvida pela reportagem do LANCE!, que ainda hoje trabalha no meio de negociações de jogadores.
Bruno está preso em Minas Gerais (Foto: Gualter Naves/AFP)
No fim das contas, Bruno passou da quase independência financeira a falência. Apesar de ter jogado como profissional entre 2005 e 2010, sempre defendendo grandes clubes (Atlético Mineiro, Corinthians e Flamengo), o goleiro hoje não tem reservas de orçamento.
- Muita gente acha que eu sou um "Tio Patinhas" da vida, que tenho uma fortuna guardada lá fora. Perdi tudo. Tudo. Estou financeiramente zerado. É um recomeço da minha vida - destacou Bruno, agora com 32 anos, na entrevista para a Rádio Itatiaia no ano passado.
Atualmente, Bruno cumpre pena na APAC (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado) de Santa Luzia, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais. Ele está condenado a 22 anos e três meses pela morte da amante Eliza Samudio, preso em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), sequestro e cárcere privado, e ocultação de cadáver.
- Eu não vivia do crime, mas cometi um. E estou pagando por ele. Espero voltar (ao futebol), não sei se vai ser daqui a um ano ou mais, mas vou atrás do meu objetivo. Não vou acabar com minha carreira atrás das grades - falou Bruno, que em novembro de 2015 pediu uma chance para atuar no Villa Nova (MG), porém sua prisão em regime fechado impossibilitou um acerto.
Comentários do Facebook -