3/4/2017 08:43
Berrío e a tragédia da Chape vista por outro ângulo: "Somente nos olhamos e não podíamos crer"
Hoje no Fla, jogador revela detalhes do ambiente no Nacional após queda do avião em Medellín, diz que ideia de entregar título ao time brasileiro partiu dos jogadores e fala sobre encontro histórico entre as equipes na final da Recopa nesta terça-feira
Na Colômbia, era noite; no Brasil, madrugada. No mundo todo, choque e comoção. No dia 29 de novembro de 2016, o avião que transportava a delegação da Chapecoense que disputaria a final da Copa Sul-Americana com o Atlético Nacional, em Medellín, colidiu com o topo de uma montanha na região de Cerro Gordo, no distrito de Antioquia. Enquanto policiais mais próximos ao local da tragédia enfrentavam a escuridão e o frio para abrir caminho pela mata e retirar sobreviventes, Berrío olhava para sua esposa sem acreditar na notícia que o cunhado trazia, quando já se preparava para dormir em sua casa. Agora, o jogador assistirá ao duelo que teria pela frente no ano passado pela televisão. Atlético Nacional e Chapecoense começam a decidir outra taça, a Recopa, nesta terça-feira, às 19h15 (de Brasília) em Chapecó.
O atacante - agora rubro-negro - já conhecia os nomes dos jogadores da Chape, a forma como atuavam, seus hábitos dentro de campo, tudo o que foi passado na preparação para a partida. E se dava conta de que todos eles não estariam mais no gramado. Ficou sem palavras. Da manhã seguinte, reunido com os companheiros e comissão técnica do Atlético Nacional, tem uma dolorosa lembrança: o silêncio.
- Ninguém era capaz de dizer nada, simplesmente nos limitamos a escutar as notícias, nos olhávamos, nos reunimos com a comissão técnica, nos disseram o que se passou e, na verdade, não acreditávamos. A sensação era essa.
O colombiano lembra que a emoção tomou conta dos jogadores no primeiro jogo após a tragédia, no dia 3 de dezembro, contra o Millionarios, quando a equipe obteve a classificação no Campeonato Colombiano com uma vitória por 3 a 0. O momento mais marcante, contudo, ficou para depois, quando os jogadores começaram a cantar a plenos pulmões "Vamos, Chape!" no vestiário, imitando a comemoração do time de Chapecó quando obteve a classificação para a final continental.
E revela: foi também dos jogadores do Atlético Nacional a ideia de declarar a Chapecoense campeã.
GloboEsporte.com: Onde você estava quando soube do acidente com o avião da Chapecoense e qual foi a sua reação?
Berrío: Estava em casa, quase indo deitar. Estávamos conversando, eu e minha esposa, distraídos, quando o meu cunhado disse ter ouvido que tinha se perdido um avião. Então, ligamos a televisão, ouvimos que possivelmente era o avião da Chapecoense. Não podíamos crer. Pensamos em rezar para que não fosse isso, que os jogadores da Chapecoense estivessem bem, toda sua gente, mas depois soubemos que era realmente isso. Na madrugada já confirmavam na televisão. Ficamos sem palavras. Somente nos olhamos e não podíamos crer.
Você chegou a receber ligações de companheiros do Nacional naquela mesma noite?
Recebi ligações já no dia seguinte, às sete da manhã, quando nos encontramos todos no clube. Chegamos todos em silêncio. Ninguém era capaz de dizer nada, simplesmente nos limitamos a escutar as notícias, nos olhávamos, nos reunimos com a comissão técnica, nos disseram o que se passou e, na verdade, não acreditávamos. A sensação era essa.
O Atlético Nacional fez diversas homenagens à Chapecoense nos dias que se seguiram ao acidente. Qual parte dessas homenagens partiu diretamente dos jogadores?
Nós nos sentimos diretamente afetados porque eram campeões que não poderiam mais jogar uma decisão contra seu rival. Estávamos muito familiarizados com seus nomes, posições, tudo o que tinha a ver com a Chapecoense. Primeiro, do grupo partiu a ideia de, antes de tudo, entregar o título de campeão sul-americano, porque para nós são campeões que por azar não puderam disputar essa final. Não lhes deram nada para chegar a essa final, venceram no campo, e venceram muito bem. Fizemos uma homenagem na hora da partida também com as flores para homenageá-los. Era para ser um momento de alegria, de estar jogando futebol, de estar fazendo o que amamos, mas foi um silêncio simplesmente...Um sentimento difícil de explicar.
Depois, na partida (contra o Millionarios) dedicamos esse triunfo da classificação. Foi muito bonito porque lá estavam parentes dos sobreviventes, a partida foi dura, foi difícil, ganhamos por 3 a 0. E após a partida, demos as nossas camisas a esses parentes, e no vestiário cantamos a canção (da Chape, reproduzindo a comemoração da equipe ao se classificar para a final da Sul-Americana), foi um momento muito bonito.
Há uma forte carga emocional para os dois times. O que esperar dessa final da Recopa?
Acho que será uma emoção com peso duplo. Uma Recopa, há algo que nos une, essa tragédia, mas a maior homenagem que se pode fazer é jogar um grande futebol, demonstrar um grande espetáculo, e deixar o resultado nas mãos de Deus.
E qual a sua torcida?
Tenho o Atlético Nacional no coração. Torço para que o Atlético vença a Chape. Tenho carinho pela Chape, mas o meu coração manda.
E qual foi, em todo esse período entre a tragédia e a confirmação de que você jogaria no Flamengo, o momento mais emocionante, o que mais te marcou?
O momento que mais me emocionou foi quando meu representante me disse que eu era jogador do Flamengo. Era um sonho que eu tinha de jogar no exterior, e o Flamengo me abriu as portas do clube para seguir minha carreira e seguir crescendo pessoal e profissionalmente. Foi muito gratificante receber essa oportunidade. Dia a dia estou trabalhando duro, é a melhor forma de retribuir o que fizeram por mim.
Aonde você assistirá a essa partida agora e a outra em Medellín? Houve algum convite para que participasse de alguma homenagem lá?
Não, nem seria possível, estou com o Flamengo me preparando para a fase decisiva do Carioca, a Libertadores. Verei pela televisão. Vou apoiar à distância o Atlético Nacional, mas neste momento estou aqui com o Flamengo e vou estar concentrado 100% no Flamengo.
25264 visitas - Fonte: Globo Esporte
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Da uma certa emoção em lê essa postagem. Realmente deve ter sido uma dureza para os jogadores do Atlético Nacional... Só em ele falar qual foi sua reação ao saber da notícia, da lágrimas nos olhos. Hoje e sempre torcerei pela Chape mesmo sendo rubro-negro... E quando os dois se enfrentarem, torcerei pela Chape... Que Deus os tenha, e que cuide de suas famílias!!!
#Forçachape
o flamengo nunca vai ganhar nada enquanto tiver Vaz entregando toda hora
acho que foi o número não celula kkkk
ele tem vez que,briga com,a bola kkk bracolombia
acho que ele estar no esporte errado
Tem que correr com a bola juntinho com os pé meu amigo , é têm que ser mais inteligente Bérrio. corre muito.