Basquete: Francesco encerra "intercâmbio" de três meses no Sub-19 e planeja retorno em dezembro: "Quero ser campeão"

19/9/2017 21:51

Basquete: Francesco encerra "intercâmbio" de três meses no Sub-19 e planeja retorno em dezembro: "Quero ser campeão"

Basquete: Francesco encerra intercâmbio de três meses no Sub-19 e planeja retorno em dezembro: Quero ser campeão
Mesmo longe, Francesco Martini não esquece o Flamengo. Há exatamente um ano no Estados Unidos, estudando na Universidade de Chicago, o jovem não hesitou ao escolher o Rio de Janeiro como lugar de suas férias pela segunda vez consecutiva. Tudo isso por um único motivo: atuar com a camisa rubro-negra durante o período de 'descanso'.


Foram três meses em terras cariocas. Tempo suficiente para rever os amigos, retomar a intensa rotina de treinos no ginásio Hélio Maurício e realizar algumas partidas pela categoria Sub-19.

- Sempre que eu tenho umas férias, vou para o Rio, só para estar perto do Flamengo. Inclusive, atualmente, a família mora em Londres. Dessa vez, acabei ficando sozinho na cidade. Joguei apenas dois anos pelo clube, mas tenho certeza que a Gávea é minha casa. Meus melhores amigos estão lá, e o Fla é um local que eu sei que consigo colaborar. Para mim, é uma diversão passar meus dias de 'folga' por lá. Nunca vejo como trabalho. Eles (jogadores) me receberam de braços abertos, então, fico feliz. Poder vestir o manto sagrado é gratificante demais - disse, em tom de orgulho.

Indagado sobre as diferenças existentes entre o esporte praticado nos dois países, o armador expôs seu ponto de vista com exemplos.

- Uma coisa que eu sempre digo é que o basquete norte-americano é voltado para a parte física. Força, salto e velocidade são os principais pilares. Já no Brasil, onde meu estilo encaixa mais, é pensado e técnico. A gente é acostumado, desde cedo, a ver que jogada vai fazer. Nos EUA, o jogo é acelerado. Essa é uma das grandes diferenças. A outra é a estrutura. A do Flamengo, com treinadores, preparadores físicos ótimos, academia e quadra, é incrível. Aqui, é boa em dobro - explicou.

De 2016 para 2017, o plantel passou por uma reformulação. Segundo Cesco, esse fator contribuiu para a demora na evolução do elenco. Entretanto, o panorama, hoje, já é extremamente favorável.

- No ano passado, nós ganhamos o Estadual e teve aquela bolinha minha no estouro, que representou uma felicidade imensa. Aquele time vinha junto há temporadas, e o entrosamento era natural. Eu, como armador, entendia as características físicas, mentais e táticas dos meus companheiros. Era mais fácil. Mas agora, em 2017, a equipe mudou bastante... Perdeu jogadores para os Estados Unidos e outros clubes. Felipin e Heitor, que são importantes, estão lesionados. Sinto que falta um pouco de sintonia, mas isso se conquista no dia a dia. Nesse retorno, demorei a entender o funcionamento. E justamente hoje, três meses depois, quando tudo está evoluindo, tive que retornar. Estou contente, pois antes de viajar de volta, vencemos o Vasco por 20 pontos e o Tijuca por 12. Tenho absoluta convicção que, nos playoffs, vai ser difícil segurar esses moleques - comentou e, posteriormente, apostou.



O garoto avaliou a importância de ter educação e esporte caminhando lado a lado, e sustentou, com argumentos sólidos, sua teoria.


- Já me fizeram essa pergunta muitas vezes, e ela é difícil. Em toda minha vida, meus pais me falaram que preciso seguir a parte acadêmica e o esporte. Não dá para abrir mão de um pelo outro. A decisão de ir para Chicago, mesmo jogando menos, foi por conta do estudo. A minha Universidade é famosa, e estou fazendo duas carreiras, economia e matemática. É bem puxado, mas tenho aprendido bastante. Meu sonho é ser jogador de basquete, então, sempre que consigo umas horas livres, bato uma bola. Já até pedi ao Rafa Bernardelli para me passar a série do time, pois irei segui-la. Acho que no Brasil falta investimento nessa área e, por isso, fiz essa opção - esclareceu.

No fim, uma tentativa de descrever a sensação de ir embora novamente, muitos agradecimentos e um recado especial/singular ao grupo.

- É um sentimento doce e salgado. Doce, pois é gostoso voltar para perseguir minha carreira acadêmica, e salgado, porque largar essa equipe e deixar os amigos, é sempre complicado. Sei que eles estarão comigo, torcendo por mim, e vice-versa. Pretendo vir disputar as finais em dezembro, porém, enquanto isso, vou tentar ajudar conversando e dando conselhos. Quero agradecer ao Flamengo pelo apoio na figura dos técnicos Chupeta, Fernandinho, Ígor, Nelson, Neto e Rodrigo. Não posso, também, esquecer do trabalho excelente realizado pelo Bernardelli nessa declaração. Em duas semanas, fiquei apto na parte física, só para constar. Deixo um abraço para o Kayo, que está nos EUA, mas me cedeu sua casa enquanto estava no Rio. E, claro, uma mensagem positiva ao elenco. Aos mais novos que estão no primeiro ano, foi um prazer. Me adaptei dentro e fora de quadra. E ao pessoal que conheço há tempos, Danilo, Felipin, Heitor e João, digo que se pudesse, levava todos para montar um time. Enfim, agora, é reta final. E quero ser campeão sub-19 - finalizou.

416 visitas - Fonte: Globo Esporte


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