2/7/2013 11:55
Pelo sonho olímpico, ex-Fla e seleção se naturaliza e vai defender o Líbano
Judoca Nacif Elias reclama de privilégios a alguns atletas da seleção e já lutará o Mundial pela nova pátria. CBJ rebate: 'Tem que corresponder no tatame'
O ano de 2013 não começou como Nacif Elias esperava. Em crise, o Flamengo abriu mão do judô e sem a estrutura necessária para continuar treinando o atleta chegou a pensar em migrar para o MMA. Além disso, na seleção brasileira, a situação não era diferente. Nacif sentia-se desvalorizado na briga olímpica para os Jogos de 2016, no Rio de Janeiro. Com a nova distribuição de pesos, o meio-médio se sentiu "forçado" a trocar de categoria, saiu de 81kg para competir nos 90kg, o que para ele foi uma desvalorização. Em suma, tudo "remava contra" e a volta para a casa dos pais, no Espírito Santo, ou até o fim da carreira, parecia o mais provável.
Mas uma "antiga namorada" reapareceu na vida de Nacif. E as Olimpíadas de 2016, um sonho distante, é agora cada vez mais realidade. De ascendência libanesa, o judoca, após mais um flerte, que vinha desde o último ciclo olímpico, não pensou duas vezes: se naturalizou libanês e no Mundial do Rio de Janeiro, de 26 de agosto a 1º de setembro, já defenderá a bandeira vermelha e branca dos árabes, como o judoca número 1 do Líbano e no peso que sempre quis, até 81kg.
- A família começou a se ligar mesmo quando comecei a ir para lá. Meu bisavô morreu, meu pai era muito novo. Houve pouco contato entre eles, mas meu pai gosta de fazer as comidas típicas, de ver as fotos. Procura saber tudo do país. Eu nasci para ser campeão, independentemente de enfrentar um brasileiro ou não - garante Nacif Elias.
Judoca vinha infeliz no peso médio
Apesar da naturalização, Nacif explica que tentou até o último instante seguir lutando pelo Brasil. Nem a tradição da família, que mantém os costumes libaneses na culinária, aprendida com o bisavô Antenor Elias e seguida pelo pai Nacif Satlher Elias, o fizeram ceder cedo ao pedido dos libaneses, onde ele havia disputado os Jogos da Francofonia (dos países de língua francesa) em 2009.
- Tive oportunidades, mas não o necessário para um atleta de alto nível. A seleção não visa o que é melhor para alguns atletas e sim os interesses internos. Eu sou 81kg, e não 90kg. A seleção me boicotou do Grand Slam do Rio, em 2012. Até hoje não sei os motivos. Dessa forma, resolvi subir de categoria pois entendi que eles queriam que eu lutasse nesse peso. Assim, não tive a oportunidade de voltar à categoria onde tenho condições de ser o melhor do mundo. Ainda que a pesagem seja um dia antes. Dessa forma, minimiza o problema com a perda de peso.
Infeliz, Nacif era o quinto brasileiro no ranking dos meio-médios (81kg), liderado pelo hoje número 1 do mundo, o também brasileiro Victor Penalber. E no peso médio (90kg) vinha também como o quinto do Brasil. Tiago Camilo é o líder do país.
- Estava muito insatisfeito nos 90kg e não iam me descer. Eu não ia passar por Severino de novo, quebrando galho sempre. Já passei um ciclo olímpico (Londres 2012) sendo o Severino do Flávio Canto e do Leandro Guilheiro. Não queria mais. Fico triste por não representar meu país de nascimento, mas sei que tentei até o último momento continuar lutando pelo Brasil. Chegou um momento que financeiramente não dava para me manter no esporte. Eu vi minha família passando dificuldades para me manter, com pouco apoio financeiro e com problemas com a Confederação. Resolvi me transferir para o Líbano, onde trabalho com pessoas que vivem o mesmo sonho que o meu - desabafou o lutador.
1042 visitas - Fonte: Globo Esporte
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