O Flamengo está perto de fechar um acordo para voltar a mandar seus jogos no Maracanã. Clube e a empresa que administrará o estádio pelos próximos 35 anos já adiantaram a negociação do contrato que permitirá que o Rubro-negro retorne ao estádio. De acordo com o presidente do Complexo Maracanã Entretenimento SA, João Borba, o prazo de duração do contrato e uma possível participação na renda dos camarotes precisam ser acertados. A definição sobre os tópicos, no entanto, é eminente.

"Nós, clube e concessionária, estamos discutindo prazo e participação em camarotes. Falta chegarmos a um ponto em que alcancemos o equilíbrio. Nem tanto para o clube nem tanto para o consórcio. Mas estamos próximos disso", afirmou Borba, em entrevista ao UOL Esporte nesta quinta-feira.

Borba assinou na quarta um contrato para que o Fluminense volte a jogar no Maracanã. O acordo terá duração de 35 anos (todo o período que o estádio estará sob a administração do Complexo Maracanã Entretenimento SA) e não dará ao clube das Laranjeiras direito sobre a renda dos camarotes, que fica com a concessionária. O executivo ressaltou, entretanto, que o contrato com o Flamengo pode ser diferente.

"Nós consideramos Flamengo e Fluminense pilares da concessão do Maracanã. Procuramos os dois clubes pois eles não têm estádio. Mas vamos fazer cada contrato de acordo com as necessidades de cada um", disse Borba, que não descarta fechar acordos para que outros clubes do Rio também usem o "Maior do Mundo" junto com a dupla Fla-Flu.

O Botafogo, por exemplo, é candidato a fechar acordo para uso do estádio. O clube é o administrador do Engenhão, que deve permanecer fechado para obras até 2015. Para Borba, o fato de o Botafogo já ter a sua casa não é um impedimento para que ele acerte jogar no Maracanã. "Ele poderia fazer um acordo por 35 anos e mandar todos os seus clássicos no estádio. É uma alternativa", afirmou.

O novo chefe do Maracanã também disse que todos os clubes que fecharem um acordo para jogar no Maracanã devem aderir ao que ele chamou de TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), que deve ser assinado também pela Polícia do Rio de Janeiro e outros órgãos envolvidos com a operação dos jogos no Maracanã.

Esse TAC deve definir responsabilidades, direitos e deveres desses envolvidos. Trará até regras de comportamento de torcedores que frequentarão o estádio. "Vamos trabalhar sob o tripé de conforto, segurança e acessibilidade", disse Borba. "Se os bandeirões atrapalham o conforto de um torcedor, vamos discutir uma solução. Mas ainda não há nada está definido."

Para Borba, o desafio da nova concessionária é manter no Maracanã o "padrão Fifa" de operação. "A final da Copa das Confederações foi uma festa. Tinha regras, mas todos aproveitaram", complementou ele.