"A invencibilidade está na defesa. A possibilidade de vitória, no ataque". Esta frase está no livro "A Arte da Guerra", escrito por Sun Tzu, 400 anos antes de Cristo. É uma sentença que pode resumir um jogo de futebol e uma campanha. Uma defesa forte pode impedir uma derrota, mas as vitórias somam pontos e é preciso atacar para chegar a elas.
O Flamengo não está invicto no Campeonato Brasileiro 2018. Em toda guerra, algumas batalhas são perdidas. Porém, o time tem o melhor ataque, com 18 gols em 10 jogos, o que deixa um saldo positivo de 12 gols, e coloca o Flamengo como o único time a passar da linha de 10 até o momento.
O que impressiona mais no ataque rubro-negro não é a quantidade, mas a qualidade. Mesmo com o ataque mais positivo, o time não é necessariamente o que mais finaliza em suas partidas. No clássico contra o Vasco, por exemplo, foram três finalizações contra sete dos rivais. E foi o suficiente para vencer e mostrar que os jogadores do Flamengo têm mais precisão nas conclusões do que os adversários.
No Brasileiro, o time está sendo cirúrgico. Com a média de cinco finalizações por partida, os 18 gols marcados mostram esse lado. Principalmente se analisarmos como foram feitos.
Foram apenas quatro gols de bola parada: dois de Dourado, de pênalti, contra Fluminense e América Mineiro; um de Geuvânio, contra o Vitória, e outro de Guerrero, contra a Chapecoense, ambos resultantes de cobranças de falta indireta. Todos os demais foram em jogadas trabalhadas buscando o melhor momento para definir. E o time procura chegar perto mesmo da área e trabalhar a bola para concluir. Foram 12 tentos na "cara do gol" e somente um de fora da área, contra o Internacional. Além disso, o Flamengo é, ao lado do Vitória, o único time a marcar em todos os jogos até agora na competição.
O artilheiro no Brasileirão é Vinicius Junior, com quatro gols, seguido de Henrique Dourado e Lucas Paquetá, ambos com três. Vinicius atuou nas 10 partidas da competição até aqui - além dele, só Rodinei jogou todas. Dourado e Paquetá entraram em campo em nove oportunidades no campeonato.
Falando nos 50 gols marcados no ano, Vinicius brilha de novo, com 10 gols em 31 jogos, empatado com Dourado, que tem 27 atuações. Diego vem em terceiro, com seis em 22 partidas. Na quarta posição, Lucas Paquetá tem cinco gols em 29 jogos, mesma quantidade de Everton Ribeiro, que atuou 25 vezes.
Como se vê pelos números, o Flamengo não tem um ataque que se baseia em um jogador como "ponto de referência". Vinicius não é o centroavante de ofício, joga abrindo pelas pontas e dando opções para os companheiros, criando jogadas. Mas com sua movimentação e velocidade, sabe explorar bem os espaços e surge nos lugares certos na hora de concluir. Um exemplo é o gol contra o Ceará, seu segundo na partida. Ele mesmo iniciou a jogada chutando bem para a defesa de Éverson. No rebote, a bola caiu para Rodinei, que viu Vinicius entrando no segundo pau e cruzou na medida.
É um ataque heterogêneo, que trabalha o toque de bola curto e rápido, buscando a infiltração. Contra o Bahia, os dois gols surgiram desta forma. Contra o Fluminense, o segundo gol saiu após 56 segundos de trocas de passes e a participação de nove jogadores até a conclusão de Felipe Vizeu.
Foto: Divulgação/Site Oficial
É um ataque preciso, que não chuta (e desperdiça) de qualquer lugar, mas busca a excelência na conclusão e pode definir o jogo em um lance. Como foi contra o Atlético Mineiro, que atacou mais e teve mais posse de bola, mas não teve a competência rubro-negra para estufar a rede.
É um ataque que conta com um suporte variado. Renê, Cuéllar, Jean Lucas, Trauco e outros vieram de trás e deixaram os atacantes na boa para marcar em diversas situações no ano. É o ataque mais positivo que coloca o Mengão no topo do Brasileirão com 18 gols, sete vitórias e cinco pontos a mais do que o segundo colocado. Como diria Sun Tzu, para ganhar, é preciso atacar. Mas atacar certo.
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Era p t ido ebora o. Arão era p t deixabo everton