No último dia 17 de junho, o Flamengo anunciou, através de seu site oficial, que havia assinado a rescisão de contrato do meia Renato Abreu. Porém, sem qualquer assinatura e com uma decisão unilateral, o fato foi o pontapé inicial para uma polêmica que se arrasta há mais de um mês e só deverá terminar na Justiça, justamente o que a atual diretoria vinha tentando evitar desde o início da gestão, em janeiro.

E o problema na esfera judicial não será o único causado pela saída conturbada do jogador. Internamente, é grande o mal estar causado na cúpula por conta da decisão intempestiva do vice de futebol, Wallim Vasconcellos, em dispensar Renato. Tudo porque boa parte dos dirigentes não gostou da decisão de rescindir com o atleta sem saber se o rubro-negro teria condições de arcar com suas obrigações.

A “trapalhada” foi tão grande que o clube chegou a cogitar o retorno do atleta dispensado após se dar conta de que não teria dinheiro para pagar a rescisão. Por fim, evitando críticas, decidiu-se que não iriam reintegrar Renato ao elenco.

Apesar de contar com o aval dos departamentos jurídico e financeiro em um primeiro momento, a saída de Renato Abreu foi criticada por membros do Conselho Gestor que pregam desde o início do ano que o Flamengo não pode dispensar um atleta sem ter um planejamento de como pagar.

Oficialmente, nenhum dirigente se pronuncia sobre a polêmica. Segundo a assessoria de imprensa do clube, o Flamengo só irá falar após chegar a um acordo com Renato, o que deve demorar.

Em entrevista à rádio Bradesco Esportes, o presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello, se esquivou sobre o assunto e apenas informou que o clube irá cumprir todos os compromissos que tem com Renato.

“Dentro da política de responsabilidade, garantimos que ele não irá perder um centavo. Mesmo sem acordo ou propostas, ele segue recebendo seu salário. Foi uma decisão exclusivamente técnica e não há chance dele ser reintegrado. É o que tenho a falar sobre isso”.

Viagem de vice incomoda
E não foi apenas a saída de Renato Abreu que causou mal estar na cúpula do clube, principalmente com Wallim Vasconcellos. Alguns dirigentes também se mostraram insatisfeitos com o fato do vice de futebol viajar de férias com a família justamente em um período de encerramento da janela de transferências internacionais e que o Flamengo precisa de reforços.