Vítimas de incêndio no Flamengo, Christian e Samuel jogavam juntos desde os nove anos

9/2/2019 20:37

Vítimas de incêndio no Flamengo, Christian e Samuel jogavam juntos desde os nove anos

Vítimas de incêndio no Flamengo, Christian e Samuel jogavam juntos desde os nove anos
Christian Esmério e Samuel Thomas dormiam no mesmo quarto dos seis que formavam o alojamento que pegou fogo na manhã de sexta-feira, no incêndio que matou dez jogadores da base do Flamengo, no Ninho do Urubu. A informação não chega a ser surpreendente. Amigos que eram, seguiram juntos até o fim.



Seis anos antes do incêndio trágico, os meninos se conheceram, já com o mesmo sonho em comum. Eles deram os primeiros chutes no futsal com a camisa do Madureira. A empatia aconteceu na hora. Eles eram da mesma origem humilde, o que ajuda a explicar. Samuel vinha de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, para treinar em Conselheiro Galvão. Christian morava perto, a 1,5km do clube, mas barricadas na rua de casa mostram que nem sempre é tranquilo viver ali.

Havia diferenças também. Christian sempre jogou no gol e rapidamente esticou. Chegou aos 1,90m com apenas 15 anos, o que fazia os olhos dos técnicos das categorias de base brilharem. Samuel não pode dizer o mesmo. Começou no Madureira como zagueiro, mas a demora para passar dos 1,80m fez com que mudasse de posição. Virou lateral-direito.

— Ele não errava um passe. Fomos assistir a um time na Pavuna. Foi seu tio que nos procurou e disse que tinha um sobrinho muito bom para vermos jogar — lembra Luizinho Ganança, vice-presidente de futsal do Madureira, testemunha do começo da carreira dos dois garotos.

Outro ponto coloca os amigos em lados opostos. Samuel era mais quieto, tanto que dona Raquel Alves, de 65 anos, torcedora símbolo do Madureira e que bate ponto no clube desde o fim da década de 70, não se lembra muito dele. Já Christian deixou sua marca graças a talento e temperamento especiais. Às vezes, não queria treinar e fugia das atividades depois que seu pai ia embora. Em outros momentos, queria voltar sozinho para casa, mas apesar de saber o caminho, era impedido. Pais e treinadores se preocupavam com os perigos no curto trajeto.

— Ele cresceu e mudou muito, ficou maduro. Tinha umas tiradas. Uma vez, ele disse que não queria jogar. Perguntamos o motivo. Ele disse para escalarmos o goleiro reserva, que não jogava nunca — afirma Ganança.



Samuel seguiu no Madureira até os 11 anos e Christian ainda jogou em Conselheiro Galvão até os 13. Quem via os dois apostava que conseguiriam passar pelo funil e chegar ao profissional. O goleiro, porém, parecia realmente estar destinado a ocupar um patamar de destaque. Daqui a um mês, quando completasse 16 anos, assinaria seu primeiro contrato como profissional do Flamengo. Seus representantes já sabiam e guardaram a boa notícia para fazerem uma surpresa ao garoto. Não tiveram tempo para vê-lo comemorar.

Incêndio deixa dez mortos no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo

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Tempo também era algo que Samuel não tinha. As viagens de Vargem Grande até São João de Meriti, para ficar perto da família nas folgas, demoravam demais. Ele optou por dormir naquela noite no Ninho do Urubu.

— Estou com o coração partido. Ele tinha uma história muito bonita — resumiu dona Cristina, mãe de Samuel Thomas.



Bairro de luto

Celeiro de craques, berço do samba, Madureira viu um talento do bairro perder a vida prematuramente, devido ao incêndio no centro de treinamento do Flamengo. Na rua onde morava, a movimentação na sexta-feira foi bem intensa. Parentes e vizinhos se concentraram na casa da mãe de Christian e na de outros parentes do goleiro que moram na mesma rua no Subúrbio. A sensação ainda é de perplexidade.

— Sinceramente, para mim é como se fosse um pesadelo, como se não fosse realidade — afirmou a aposentada Diva Lucena, de 73 anos, vizinha que viu Christian crescer no bairro.

No sábado, membros da igreja frequentada por Christian estavam na rua onde o goleiro morava. O corpo do goleiro foi liberado no Instituto Médico Legal na parte da tarde e ele deve ser enterrado neste domingo.

Na escola onde o menino estudou, o clima também era de comoção. Ele foi aluno da Escola Municipal Aspirante Carlos Alfredo, em Turiaçu. Ele foi descrito como um aluno com bom comportamento em sala de aula e que se destacava nas aulas de Educação Física, nas partidas de futebol entre as crianças.


579 visitas - Fonte: extra.globo.com


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