Principal liga do futebol fora da Europa, o Campeonato Brasileiro já é. Entretanto, segundo estudo e projeções cedidos em primeira mão ao Terra pelo consultor Amir Somoggi, o momento de alta é ainda mais significativo.
Já é possível vislumbrar um crescimento econômico capaz de rivalizar com algumas das maiores potências da Europa. A ponto de deixar para trás, dentro de três anos, o Campeonato Francês. Para melhor compreensão, todos os números são amostrados em euros. Na cotação desta quinta, um euro equivale a R$ 3,03.
Em três anos, Brasil cresceu 43% contra 3% da França
De acordo com a análise, os 20 clubes da primeira divisão do Brasil, em 2012, obtiveram faturamento de 900 milhões de euros. O Campeonato Francês contabilizou 1,1 bilhão no mesmo período e, segundo projeção de Amir, pode ser alcançado pelos brasileiros a médio prazo. Os quatro primeiros do ranking são: Inglaterra (2,9 milhões de euros), Alemanha (1,9 milhão de euros), Espanha (1,8 milhão de euros) e Itália (1,6 milhão de euros).
“Os 20 clubes brasileiros devem ser aproximar muito dos franceses em 2013 e, em 2014, se consolidar como o quinto maior mercado do futebol mundial”, explica Amir ao Terra. Nos últimos três anos, o Brasil cresceu 43% contra 3% da França. Para alcançar os franceses, é preciso subir mais 22%.
Para o autor do estudo, nem mesmo os investimentos em contratações de Paris Saint Germain e Monaco, turbinados por novos proprietários, deve impedir o avanço da Série A do Brasileiro à categoria dos bilionários.
“Você tem o câmbio como um ponto desfavorável para o Brasil”, lembra sobre a queda do real nos últimos meses. “Mas o Corinthians, por exemplo, fatura R$ 30 milhões com bilheteria. É o mesmo que um clube francês. Além disso, o estudo calcula sobre marketing, estádios, cotas de televisão e sócios. A receita de transferências não é considerada operacional”, explica Amir. Para ele, a expansão financeira dos clubes brasileiros será natural com estádios novos e reformados.
Novos estádios devem proporcionar subida ao top 5
“O aumento nos direitos de TV posicionou o Brasil como sexta força, mas o potencial é com estádio. Uma renda média hoje é de R$ 300 mil e vai passar para R$ 1 milhão para qualquer partida com 20 mil torcedores”, diz o consultor. É importante lembrar que o direito de exploração dos estádios, na maioria dos casos, está entregue às concessionárias. O Atlético-PR, com administração própria na Arena da Baixada, é apontado como um emergente.
O grande ponto de virada em longo prazo, porém, é a melhor exploração do marketing. “Se você olhar a diferença de faturamento de um Palmeiras, de um Atlético-MG, é muito grande para um Barcelona ou Manchester United. Esses clubes têm 30, 40 patrocinadores. Nossos clubes hoje são equivalentes a um West Ham, a um Sunderland. O Corinthians ganha a metade do Liverpool. E temos agora mais um time no Mundial de Clubes”.
Desafio é encher estádios e vender carnês para toda a temporada
Apesar do natural aumento no preço dos ingressos, já que os estádios foram reformados, é possível manter acesso aos torcedores de baixa renda. Para isso, o futebol brasileiro precisará investir mais em venda de tíquetes para seus campeonatos e assim aumentar o índice de ocupação. Com 66%, o Corinthians é o líder desse quesito na elite nacional, mas apenas o 91º no futebol mundial.
"O preço médio de uma entrada no futebol alemão, por exemplo, é de 22 euros. Esse é um valor bastante próximo da realidade de todos os brasileiros", concorda Amir Somoggi. "Quem é sócio não vai pagar mais caro. A elitização é para o cara que tem grana, que compra o pay-per-view, mas não quer estar vinculado ao clube por toda a temporada. Então pode pagar R$ 100 em um ingresso. Mas quem se acha prejudicado compra sua cadeira".
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