O Cruzeiro tinha padrão de jogo, força física, troca de passes rápida e movimentação ofensiva. O Flamengo tinha uma defesa improvisada, um meio de campo superpovoado e só um homem no setor ofensivo. Pela lógica, o time mineiro foi superior, dominou e venceu o jogo. Pelo imponderável, uma falha de Dedé permitiu à equipe carioca descontar e equilibrar o mata-mata da Copa do Brasil.

O início do jogo mostrava a diferença no Brasileiro entre as duas formações, já que os cruzeirenses disputam a liderança e os rubro-negros se arrastam no meio da tabela.

Eram seguidas as chances do time da casa, mais forte nas bolas áreas, mais rápido nas penetrações rasteiras rápidas. O Flamengo se mostrava frágil na armação nova utilizada por Mano Menezes. Ele escalou um zagueiro, Samir, como lateral-esquerdo, e optou pelo jovem Fernando no meio de campo, formado por cinco atletas. Não dava certo.

O Cruzeiro já poderia ter marcado – teve um pênalti não marcado a seu favor – quando aproveitou a falha no setor esquerdo rubro-negro. Ceará se aproveitou do improvisado Samir para cruzar na área. No rebote, William botou a bola para dentro.

Passou o intervalo e Mano Menezes não mexeu no time, nem Marcelo Oliveira, este com razão. O time mineiro seguia melhor e, de novo, achou espaço pela sua ponta direita. Desta vez, foi em uma linda jogada de Éverton Ribeiro. Lembrando Pelé na Copa-1958 contra o País de Gales – sem comparação, claro -, ele entrou na área em diagonal, deu um balão sobre Luis Antônio, e chutou forte para ampliar.

Quando se ensaiava uma goleada, o Cruzeiro refugou. E o Flamengo contou com a ajuda do zagueiro Dedé.

Mal desde o primeiro tempo, demonstrando porque foi esquecido por Luiz Felipe Scolari, ele tentou dominar uma bola na área e a entregou para Marcelo Moreno. Sua conclusão na trave sobrou para Carlos Eduardo. Sim, ele, após sete meses de chegar ao clube, fez seu primeiro gol pelo time.

Um elemento improvável que equilibrou o duelo, visto que o próximo jogo é no Maracanã. O mata-mata abala a lógica.