Agora no comando do futebol, a nova diretoria do Flamengo mudou o tom ao falar sobre o elenco que veste a camisa rubro-negra. Durante as eleições, os atuais dirigentes pregavam que o grupo estava aquém das tradições do clube. Hoje, procuram valorizar os jogadores que fazem pré-temporada no Ninho do Urubu. A estratégia é evitar pressão ainda maior por causa das dificuldades encontradas no mercado da bola - até o momento, o clube ainda não confirmou reforços.

As críticas ao elenco que defendeu o Flamengo na última temporada - e permanece praticamente intacto no clube - foram pesadas durante a campanha presidencial. Até mesmo como forma de atingir a outrora presidente Patrícia Amorim, o hoje ocupante do cargo, Eduardo Bandeira de Mello, batia forte ao dizer que o time não dava orgulho ao torcedor.

“Temos que fazer o torcedor sentir orgulho do time o que hoje [novembro de 2012] não acontece. O Flamengo tem um elenco muito limitado e longe das suas tradições. Não podemos permitir isso. Temos que ter sempre os melhores jogadores. E é isso que vamos buscar. Não podemos ter um time desse nível, brigando para não ser rebaixado. Temos que ter sempre times fortes, competitivos”, criticava Eduardo Bandeira, à época ainda candidato à presidência pela Chapa Azul.

O discurso dos dirigentes que ganharam o poder mudou rapidamente, embora o clube conte com praticamente o mesmo elenco em sua pré-temporada. Pior, os mandatários viram três jogadores deixarem o clube: Dario Botinelli (Coritiba), Wellington Silva (Fluminense) e Negueba (São Paulo). De novidade na Gávea, só mesmo o retorno do zagueiro Alex Silva, que voltou de empréstimo ao Cruzeiro após atritos com a antiga diretoria.

A alteração no quadro se dá pela dificuldade em encontrar reforços de peso no mercado, até mesmo pela situação financeira do clube. Sem conseguir contratar até agora, a diretoria valoriza e dá confiança aos jogadores o que tem em mãos, embora a admita que reforços ainda são necessários. Além disso, existe a questão da troca de lados: se antes eram de oposição e precisavam contestar o trabalho da antiga cúpula, hoje os mandatários precisam prestar contas ao torcedor.

“A prioridade é pagar os salários atrasados e resolver os problemas de penhoras. Depois, vamos reforçar o time com três ou quatro jogadores para o Carioca. Mas o importante é que confiamos neste grupo que está aqui para começar a temporada”, ressaltou Wallim Vasconcelos, vice de futebol rubro-negro.