O ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, foi o principal articulador de uma reunião realizada na última quarta-feira, no Parque São Jorge, para atacar a Conmebol. A ideia era reunir clubes e ex-atletas para mostrar o quanto a entidade sul-americana tem sido mal administrada. Contudo, motivos que vão de desconhecimento a erro de data contribuíram para esvaziar o grupo de oposição que ele pretendia organizar.

"O Santos foi convidado pelo presidente do Corinthians, Mário Gobbi, que foi muito gentil conosco. Eu estou com as duas pernas imobilizadas, e por isso não tinha como ir. Enviamos o José Paulo Fernandes, membro do comitê de gestão, mas ele foi na terça-feira ao Parque São Jorge. Houve um mal-entendido, e só então ele foi informado que o evento seria em outro dia", explicou o presidente em exercício do Santos, Odílio Rodrigues, ao UOL Esporte.

A reportagem apurou que, dos oito principais clubes do eixo Rio-São Paulo, apenas quatro foram convidados: Corinthians, Santos, Flamengo e Botafogo. Palmeiras, São Paulo, Vasco e Fluminense alegam que souberam do encontro apenas pela imprensa.

"Não foi uma reunião de clubes brasileiros, exceto o Corinthians. Não posso concordar ou discordar com o que aconteceu, já que eu fiquei sabendo pela imprensa. Não fomos convidados, e internamente ninguém falou nada. Não estamos discutindo esse assunto. Desconhecemos totalmente, até porque isso teria de passar pelo presidente Juvenal Juvêncio", explicou João Paulo de Jesus Lopes, vice-presidente de futebol do São Paulo.

"O Vasco da Gama não foi convidado para nenhuma reunião. Estou sabendo por você, e por isso não tenho nada a falar. Se fosse convidado iria analisar, mas comunicação é fundamental. Não conversei com o Andrés e não fui procurado por ninguém. Tenho ótima relação com a CBF e com seus dirigentes", endossou Roberto Dinamite, presidente do Vasco.

Mesmo o Corinthians, que sediou e participou do evento, tentou se desvincular da mobilização. "Isso não envolve o nome do clube. Apenas cedemos o local", justificou Roberto de Andrade, diretor de futebol alvinegro e um dos representantes da equipe no encontro.

O grupo que foi ao Parque São Jorge na quarta-feira foi composto por 20 representantes de clubes, dez ex-jogadores e três sindicatos de atletas (Brasil, Paraguai e Uruguai).

"O futebol tem três grandes pilares, que são os clubes, os atletas e os torcedores. Conseguimos reunir dois deles aqui", disse Andrés Sanchez na apresentação do evento.

No entanto, o Corinthians foi o único time brasileiro que mandou representantes. O Botafogo, segundo os organizadores do evento, enviou uma carta de apoio. José Carlos Peres, diretor-geral do G4, grupo que reúne Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo, também esteve entre os presentes.

O futebol argentino também não enviou nenhum representante de clube. "Os dirigentes argentinos se cagaram", criticou o ex-jogador Diego Armando Maradona, um dos participantes do grupo que esteve no Parque São Jorge.