Diego Ribas e o novo visual inconfundível no Flamengo 2020/21 — Foto: André Mourão / Foto FC
O coque é inconfundível. Mesmo à sombra dos grandes nomes do Flamengo, não é nem preciso muito brilho para olhar e identificar: é o Diego Ribas. O penteado ajuda até a disfarçar os cabelos brancos dos quase 36 anos (completa no próximo dia 28). Mas o visual é só uma das mudanças de um camisa 10 que precisou se reinventar para ser importante mesmo distante dos holofotes de outros tempos.
A reação do Flamengo que disputa a liderança do Brasileirão com o Inter, domingo, no Maracanã, passa muito pela performance de seu capitão. A voz ativa sempre esteve presente, com ou sem faixa, seja com os companheiros, seja no diálogo constante com Rogério Ceni. Agora, porém, é novamente importante com a bola nos pés - por mais que seja por menos tempo do que antes.
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A subida de produção do Flamengo é fruto do coletivo. Não há dúvidas. Mas um coletivo que melhorou com o recuo de Willian Arão para defesa e a entrada do 10 no meio. Um 10 que joga quase como um 5. Adaptação que o fez emendar a maior série de jogos desde a traumática fratura no tornozelo contra o Emelec, em 2019.
- Diego, com espírito de luta, é um cara que contagia a todos, motiva todo mundo. E ele está se doando porque é um 10 de origem.
- Hoje ele faz muito melhor essa função, de frente para o jogo, pela qualidade que tem. Normalmente o Diego trabalha mais atrás do que o Gerson. O Diego não é o um primeiro volante. São no mínimo dois (camisas) oito para não dizer dois dez jogando no meio de campo - definiu Rogério Ceni.
Contra o Inter, pela 37ª rodada, Diego fará a oitava partida consecutiva como titular entre as que tinha condição de jogo (ficou fora contra o Bragantino por suspensão). Voltou a ter em campo a relevância que nunca deixou de ter nos bastidores, como no discurso antes do jogo com o Corinthians:
?- Está na nossa alma competir. É a mesma bola, mesmo campo, mesma temperatura para todo mundo. Competir com o nosso coração. Nós vamos sair daqui vitoriosos. ?
Titular somente em 12 dos 24 jogos que disputou no Brasileirão, Diego tem a mudança exemplificada no mapa de calor. Nas últimas partidas, a intermediária ofensiva surge quase que como um limite.
Ao mesmo tempo em que tem que marcar mais, trabalha em um período do campo onde consegue conduzir mais a bola quando necessário (característica que tanto gerou críticas em situações mais agudas do ataque). Se reinventou para jogar mais.
A troca de posição passa muito pelo diálogo constante com Rogério Ceni. Ao lado do xará Alves, de Filipe Luís e de Rodrigo Caio, o meio-campo é um dos que mais debate opções com o técnico. Nem sempre dá certo, mas na maioria das vezes é testada no dia a dia do Ninho do Urubu.
Com 209 jogos em quase cinco anos de Flamengo, Diego sabe que a comoção do Santos Dumont lotado no AeroFla de 2016 deu lugar a opiniões divididas. Sabe que o coque o identifica mesmo longe de qualquer holofote que exponha os cabelos brancos. E sabe que os 36 anos indicam novos rumos que o tornaram importante mesmo à sombra da idade.
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