Gabigol se reapresentou no Flamengo nesta segunda-feira Foto: Foto: Alexandre Vidal / Flamengo / Agência O Globo
Gabigol, flagrado pela polícia em um cassino clandestino, domingo, em operação da prefeitura de São Paulo para coibir aglomerações, reforçou a ideia de que, em meio à pandemia que já matou quase 280 mil pessoas no Brasil, jogadores de futebol não oferecem apenas distração diante das incertezas da Covid-19. Vem com eles, em repetidas ocasiões, uma dose de desinformação ao propagarem atitudes contrárias às recomendações sanitárias.
Manifestações como a de Lisca, técnico do América-MG, que pediu a parada do futebol, e Igor Julião, do Fluminense, que celebrou o combate à Covid-19 na comemoração do gol sobre o Fla, esbarram nas limitações de alcance de quem as propagam. Quem tem a voz mais alta normalmente tem se calado ou ido em direção contrária nas ações.
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Diego Ribas, companheiro de Gabigol, foi um dos primeiros nomes de peso a dar mau exemplo. No auge da primeira onda, em maio de 2020, com praias fechadas, postou foto de passeio de bicicleta na orla. Já Neymar organizou badalada festa de fim de ano em Mangaratiba.
Para Katia Rubio, psicóloga e professora da Faculdade de Educação da USP, com pesquisas voltadas para a Psicologia Social do Esporte, a atitude de Gabigol é um reflexo de algo maior.
— Entendo que os atletas poderiam desempenhar papel fundamental para a sociedade neste momento, como multiplicador de compreensão e solidariedade — afirmou. — Porém, quando você tem a questão política atravessando a pandemia, com o presidente que desdenha da ciência, é difícil imaginar um jogador fazendo diferente. O que Gabigol fez não surpreende, é coerente com o que vemos.
Se Gabigol observa Brasília e reproduz o que vê, ao desviar o olhar para mais perto se depara com exemplos não muito diferentes. Quando a Ferj cogitou voltar a ter jogos com público limitado já no Fla-Flu de domingo, Botafogo, Flu e Vasco se posicionaram contrários. O Flamengo não se manifestou.
— Talvez o comportamento do jogador reflita um comportamento do clube. Ele teria uma censura dentro dele, no superego, se a postura do clube fosse outra — diz o sociólogo e professor da Uerj Ronaldo Helal: — O que chega até nós, pela imprensa, é que a direção do Flamengo foi a que menos se preocupou com a pandemia, a que queria retornar antes aos jogos.
Richarlison destoa
O clube não vai punir Gabigol. Em entrevista ao blog do jornalista Mauro Cezar Pereira, no Uol, o vice jurídico Rodrigo Dunshee de Abranches disse que é “assunto pessoal” e que “não viola qualquer vínculo contratual”.
Ao “Fantástico”, Gabigol afirmou que “faltou sensibilidade” e que “quando percebi que tinha um pouquinho mais de gente, eu estava indo embora”.
Segundo o G1, o caso foi encaminhado ontem ao Ministério Público, que vai decidir se o atleta e outras pessoas serão processadas por desrespeitar medida para evitar a propagação de doença contagiosa.
Sem punições do Flamengo e com comportamento que tem sido repetido por muitos na pandemia, pelos quatro cantos do país, o maior prejuízo de Gabigol ao descumprir as determinações de distanciamento social pode ser à imagem.
— Por mais que tenha pessoas para isso, o jogador é o maior responsável pela gestão da sua imagem — frisou Renê Salviano, ex-diretor de marketing do Cruzeiro: — É mais fácil quando se acredita naquilo que prega.
O principal exemplo de jogador de peso que conseguiu construir uma reputação baseada em posicionamentos em defesa de causas ambientais, sociais e, na pandemia, a favor da ciência, foi o atacante Richarlison, do Everton. Ele se tornou embaixador do programa USP pela Vida, que realiza pesquisas avançadas sobre doenças como a Covid-19. Um dos poucos oásis de empatia no cenário esportivo em tempos de crise econômica, sanitária — e também de humanidade.
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Muito hipócrita quem critica o Gabigol e vive se aglomerando. O cara faz da vida o que quiser. Se tá correndo riscos o problema é dele
A mídia principalmente a do conglomerado glibo, não fala da hipocrisia dos seus artistas e apresentadores que mandam ficar em casa mas estão tirando ferias viajando.
É tanto mimi o cara estava de férias tinha mais de 200 pessoas e só se fala no Gabigol então era só ele só fala no cara parece que tem é inveja do cara.