João Gomes, do Flamengo, durante a partida contra o Boavista — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo
No empate com o Boavista, o Flamengo até produziu o suficiente para ter saído com mais do que o 1 a 1. Mas importa menos o resultado do que o balanço do encerramento da primeira parte da temporada 2021 do rubro-negro: foi o último jogo sem força máxima e sem Rogério Ceni à beira do campo. É improvável que o time não confirme classificação à fase final com seus principais jogadores. Mas o que de fato é importa é que o grupo principal pode ter ganho alguns acréscimos importantes.
Uma das carências do forte elenco do Flamengo está nas posições à frente da zaga, em especial caso Ceni mantenha Willian Arão como zagueiro. Levando em conta a formação que terminou o último Brasileiro, com Diego e Gérson como titulares, restaria apenas João Gomes como alternativa. Os jogos do Estadual serviram para afirmação definitiva dele e para boas sensações deixadas por Hugo Moura.
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São jogadores diferentes. João Gomes é mais móvel, capaz de jogar de uma intermediária a outra e dono de bom passe, posicionamento e chute. Para crescer, precisará perceber os momentos de ousar um pouco mais, de tentar o passe mais vertical. Por vezes, parece se escorar no passe mais fácil. Mas seu potencial é elevado.
Já Hugo Moura, com mais característica de "camisa 5", mostrou boa batida na bola, excelente passe e também capacidade de se aproximar da área rival e tentar o chute de média distância. Talvez precise ser testados em jogos de maior exigência. Não parece rápido e, assim, resta saber como se sairá quando for mais pressionado.
E há Rodrigo Muniz, que mostrou presença de área e capacidade de se mover fora dela. Diante do Boavista, nos minutos que teve, não foi feliz na melhor chance de finalizar. Aliás, por falar em Muniz, o jogo com o Boavista certamente seria muito mais útil para alguém em seu momento de carreira do que para Gabigol. Pareceu um tanto inadequado o clube atender ao pedido do titular e colocá-lo num campo tão ruim e num jogo tão desimportante. Já Muniz precisa de jogos, de minutos em competição. E num time que joga num 4-3-3, Gabigol sofreu atuando como um "9". É um atacante que precisa de mobilidade, adapta-se melhor numa dupla.
A parte inicial do Estadual deu também bons sinais a respeito de Bruno Viana, o zagueiro recém-contratado. Num time que joga com sua defensiva adiantada, mostrou boa saída de bola e boa recuperação, ou seja, a capacidade para, quando necessário, "correr para trás" se a última linha for vencida por um passe em profundidade.
Por outro lado, quem sai deste período de provas ainda mais desconfortável é Michael. Seu comportamento nos jogos já permite a dúvida se seu maior problema é técnico ou psicológico. A ansiedade salta aos olhos e termina por multiplicar os erros. E no elenco do Flamengo, ele seria uma rara opção de atacante de velocidade pelo lado. Mesmo que não seja brilhante, é capaz de produzir mais do que vem apresentando. Quanto a Vitinho, está claro o quanto rende melhor ao atuar mais pelo centro do ataque.
As seis rodadas iniciais do Flamengo e de outros grandes pelo Brasil apenas reforçam algumas sensações. Há jogos de mais, treinos e descanso de menos no louco calendário do país. E diante disso, está claro que a vocação dos Estaduais é, cada vez mais, serem transformados em campo de observação para jovens. A temporada 2021 do Flamengo terá novo ponto de partida na quarta-feira, contra o Bangu.
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