Gabigol é um dos principais jogadores do Flamengo, fenômeno nas redes sociais
Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF
Atual bicampeão brasileiro, o Flamengo é o clube mais popular do Brasil. De acordo com a pesquisa mais recente sobre o tamanho das torcidas no país, realizada pelo Datafolha em 2019, 20% dos habitantes do "país do futebol" declaram ser apoiadores da equipe carioca. Na prática, isso significa algo em torno de 42 milhões de pessoas.
Mas, nas redes sociais, o sucesso do time rubro-negro encontra um outro patamar. Nesse ambiente de convívio digital, não tem como comparar o clube do Rio de Janeiro a outros brasileiros ou sul-americanos.
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Em plataformas como Twitter, Facebook, Instagram e YouTube, o Fla é tão poderoso quanto times do primeiro escalão da Europa, aqueles que possuem torcedores espalhados por todos os cantos do planeta, que contratam os jogadores mais talentosos disponíveis no Mercado da Bola e que disputam a badalada Liga dos Campeões.
De acordo com estudo da agência de marketing esportivo Sports Valeu, em parceria com a "Zeeng Data Driven", especialista em análises digitais de marcas, o clube do Rio é o nono de todo o planeta que mais produz interações nas redes sociais.
Ao longo dos últimos 12 meses, os canais oficiais flamenguistas receberam 670 milhões de curtidas e comentários e compartilhamento, menos apenas que Barcelona, Manchester United, Liverpool, Real Madrid, Fenerbahce, Chelsea, Galatasaray e Juventus.
Os dois finalistas da última edição da Champions, Bayern de Munique e Paris Saint-Germain, assim como o Manchester City, líder da Premier League inglesa, o campeonato nacional mais badalado do mundo, comem poeira na comparação com o Fla no desempenho em redes sociais.
"O Flamengo é um fenômeno nas redes sociais. Mesmo tendo uma torcida praticamente toda localizada em um país só, ele consegue fazer frente a gigantes globais, que têm fãs espalhados pelo mundo inteiro", afirma o CEO da Sports Value, Amir Somoggi.
Segundo o responsável pelo estudo, o sucesso rubro-negro nas plataformas digitais não tem somente uma explicação. Na verdade, ele é fruto da soma de diversos fatores que fizeram com que a marca crescesse exponencialmente no cenário digital ao longo dos últimos anos.
"Para começar, o Flamengo tem uma torcida muito jovem, que naturalmente consome mais redes sociais. Além disso, o clube entrou em 2019 em uma fase de conquistas consecutivas de títulos importantes, o que acabou deixando os torcedores mais engajados e com mais vontade de consumir conteúdo ligado ao time."
Tudo isso, assim como o fato de a população brasileira ser mais pobre que a europeia e, consequentemente, buscar mais entretenimento gratuito, como são as redes sociais, fez do Flamengo um fenômeno de engajamento, ainda que suas páginas tenham um número bem inferior de seguidores na comparação com os grandes da Europa (36 milhões, contra 250 milhões do Barcelona, por exemplo).
Também precisamos lembrar que o nível de fanatismo do torcedor local é, na média, maior que o dos estrangeiros. Um indonésio que gosta do Bayern não é tão fanático quanto o bávaro que acompanha de perto o clube. A Ásia tem dinheiro, dá audiência, mas não traz a paixão verdadeira que o flamenguista tem", explica Somoggi.
De todas as plataformas digitais, aquela em que o Fla mais se destaca é o YouTube. Seu canal na rede de vídeos é o terceiro mais assistido dentre todos os clubes do mundo. Só fica atrás de Barcelona e Manchester United em volume de conteúdo consumido desde abril do ano passado.
"Ele teve um boom entre junho e julho do ano passado, quando começou a transmitir jogos do Campeonato Carioca que antes pertencia à Globo. Teve uma partida sozinha que deu 15 milhões de visualizações. Mas logo começaram a cobrar pelo serviço, e a torcida se sentiu traída."
A declaração acima mostra o porquê de, na visão de Somoggi, nem tudo serem flores no jardim das redes sociais rubro-negras. Apesar de competir em pé de igualdade com gigantes da Europa no fluxo de interações nessas plataformas, o clube (assim como seus companheiros de Brasil) ainda não aprendeu a ganhar dinheiro com a internet.
"Esse é o grande desafio. Quantas camisas o Flamengo vende por causa do sucesso que faz no Instagram? Quase nada. Falta monetização. E, nisso, os europeus dão show. O Bayern, só para citar o exemplo de alguém que é menor que ele nas redes, tem um dos departamentos comerciais mais eficientes do mundo e consegue negociar bem melhor nesses ambientes."
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