Mais de três meses após conquistarem a taça do NBB, em 1 de junho, jogadores e membros da comissão técnica do Flamengo seguem sem ver a cor do dinheiro prometido pela diretoria em caso de título. Pior do que isso. Estão com dois salários (referentes a junho e julho) atrasados e sem previsão de pagamento. Uma situação delicada a menos de 50 dias do início da sexta edição do torneio nacional, em 9 de novembro.

Os vencimentos do mês agosto, que deveriam ser pagos nesta sexta-feira pelo clube, também não cairão na conta dos flamenguistas.

– É uma situação delicada. Está todo mundo desmotivado, sem saber o que vai acontecer. Este é o único time campeão no qual em vez de as coisas melhorarem, pioraram – disse ao LANCE! um membro da equipe que não quis se identificar.

Até mesmo atletas que já deixaram o Rubro-Negro, como é o caso do pivô Caio Torres, que defende agora o São José, seguem sem ter uma posição oficial do clube.

– Não me deram nenhuma previsão. Para mim, devem o mês de junho e o prêmio do NBB que é o equivalente a um salário – afirmou o jogador em entrevista ao L!.

Apesar das dificuldades financeiras, o Flamengo não tirou o pé do freio no mercado de transferências. Mesmo sem nenhuma garantia de patrocinadores, o clube acertou as contratações do armador da seleção argentina Nicolás Laprovittola e o americano Jerome Meyinsse, além do pivô Cristiano Felício, que disputou a Copa América pelo Brasil.

O Flamengo jogou a maior parte do último NBB sem patrocínios. Na reta decisiva, conseguiu apoio da Loterj e na final contra Uberlândia estampou também a marca da fabricante de motos Harley-Davidson.

Procurado pelo L!, Marcelo Vido, diretor de esportes olímpicos do clube disse que o clube já acertou com um parceiro e o anúncio será feito em breve, assim como o pagamento dos salários dos atletas.
Bate-Bola
Marcelo Vido

Diretor executivo de esportes olímpicos do Flamengo
Existe alguma previsão para que estas dívidas sejam sanadas?
A nossa previsão já foi passada aos jogadores e vamos cumprir.
Como está a questão de patrocínio? É verdade que vocês estiveram engatilhados para acertar com a Sky, mas o acordo acabou não se concretizando?

Fechamos 100% uma grande parceria e será anunciada brevemente. Quanto à Sky, não foi possível.

Foi dito que todos os esportes teriam de ser autossustentáveis dentro do clube. O basquete segue correndo risco de extinção?
Claro que não. Além da nova parceria que finalizamos, mais algumas receitas que estão no orçamento e o projeto incentivado, o basquete será autossustentável.

Vocês temem uma greve?
Não temos essa preocupação, mesmo porque eles conhecem e acreditam no nosso trabalho.