O confronto era daqueles que poderia ser chamado de duelos dos desesperados. E foi mesmo. Com dois times desorganizados e de baixo nível técnico, Flamengo e Náutico empataram sem gols na Arena Pernambuco e viram a situação no Campeonato Brasileiro se agravar, para sufoco de seus torcedores.
Na primeira partida sem Mano Menezes, Jayme de Almeida tentou mexer em poucas peças. Escalou a maioria dos jogadores que estava com o antigo treinador. Tudo para escapar da posição incômoda no fim da tabela.

Já o Náutico, que tinha apenas nove pontos na tabela, lutou para manter a dignidade comandado pr Levi Gomes.

O jogo

Com chances muito reduzidas de escapar do rebaixamento, o Náutico apresentou o abatimento logo no início da partida. Ainda que em crise diante da demissão de Mano Menezes, o Flamengo comandado por Jayme de Almeida começou a partida de forma mais organizada. Com o tempo, a posse de bola foi maior e as chances, consequentemente, mais evidentes.

As primeiras oportunidades apareceram em jogadas aéreas. Aos nove minutos, Samir cabeceou bola após cobrança de escanteio de João Paulo. Gideão salvou. Aos 16 minutos, quase a mesma cena. Falta cobrada pelo lateral, o zagueiro rubro-negro cabeceou e Gideão defendeu em cima da linha.

A pressão rubro-negra continuava. Aos 18 minutos, Paulinho deu corte seco na defesa e chutou de pé esquerdo. A bola desviou na zaga e, no rebote, André Santos chutou fraco, de esquerda. Gideão salvou em cima da linha. Um minuto depois, o Náutico provou que estava vivo na partida. Em lance de Tiago Real, Paulo Victor foi driblado e Samir evitou que a bola rumasse para o gol e levou para escanteio.

Aos 28 minutos, o Flamengo teve a melhor chance do primeiro tempo. Em bela bola enfiada por Elias, Paulinho driblou um zagueiro e bateu forte, mas a bola explodiu em Gideão. Os rubro-negros, nervosos com o passar do tempo e a falta de gol, passaram a ceder espaços. Aos 35 minutos, o Náutico aproveitou em saída falsa de Paulo Victor. No rebote, Martinez completou para o gol, mas o goleiro rubro-negro se recuperou com bela defesa. E veio o intervalo.

No segundo tempo, as equipes voltaram com as mesmas escalações. Mas o Náutico mostrou-se mais ligado no jogo. Mas o Flamengo foi o primeiro asssustar, com bola de Elias na rede, pelo lado de fora. Em seguida, o Náutico passou a tocar a bola com mais calma e buscar o contra-ataque. Aos 13 minutos, em tentativa de cruzamento, Hugo quase encobriu Paulo Victor, que tentou se recuperar.

Jayme de Almeida então tentou mudar o Flamengo. Sacou Carlos Eduardo e colcou Gabriel em campo. O time não melhorou. Mais desorganizado do que na primeira etapa, por vezes os rubro-negros batiam cabeça até mesmo no posicionamento e assustavam pouco o Náutico.

Com o passar do tempo, o jogo passou a ser mais truncado e disputado no meio de campo, com chances reduzidas. Com muitos torcedores do Flamengo presentes na Arena Pernambuco, os gritos de "vergonha, time sem vergonha" ecoaram no estádio. Nem assim o Flamengo reagiu. Aos 47 minutos, o lance mais incrível da partida. Em cobrança de escanteio, Marcelo Moreno cabecou forte, Gideão deu rebote e Elias, praticamente em cima da linha do gol, isolou. Inacreditável. Desesperados, os rubro-negros caíram em campo. E o empate sem gols foi sacramentado em Pernambuco.