No atual Campeonato Brasileiro, fugir da Segundonda tem sido a principal missão do Flamengo, que não conseguiu duas vitórias seguidas, vem de três tropeços – sendo uma derrota e três empates – e viu o jogo deste domingo com o Criciúma, no Maracanã, ganhar ares de decisão às avessas. O Rubro-Negro é o 16º colocado, com 27 pontos, apenas dois a mais do que o adversário, primeiro time da zona de rebaixamento. Rebaixado com o Corinthians em 2007, Felipe tem conhecimento do perigo que é mergulhar no Z4 nessa altura da competição.

- Se perdermos para o Criciúma, eles passam a gente e entramos na zona de rebaixamento. Do meio para o final do campeonato não é bom entrar nessa zona. Quando isso acontece, parece que tudo começa a dar errado, as equipes adversárias acertam tudo, é complicado sair. Estamos há muito tempo beirando, mas entramos uma ou duas vezes. Importante jogar em casa, trazer o espírito da Copa do Brasil para o Brasileiro. Precisamos do torcedor. Será um jogo complicado. Temos obrigação de vencer, senão a pressão aumenta. Depois vamos enfrentar o Coritiba fora. É chato pelo segundo ano seguido lutar para se afastar ali de trás – afirmou o goleiro rubro-negro.

Quando ainda era treinador do Flamengo, Mano Menezes chegou a dizer que era mais fácil fazer um processo de reconstrução na Série B do que na elite do futebol brasileiro. Felipe, porém, nem cogita passar pela mesma situação, e espera que o Corinthians sirva como exemplo.

- Em 2007, quando o Corinthians foi rebaixado, eu ainda levei o troféu de segundo melhor goleiro daquele ano, mas na derrota não tem herói. Cresci muito naquele momento. No ano seguinte, voltei para a Série A, fui campeão da Copa do Brasil, do Paulista. O Corinthians aprendeu da pior forma, esperamos que não precise acontecer aqui. Lá começou tudo do zero, e nos últimos cinco, seis anos, o Corinthians ganhou tudo. Mas é bom aprender com erros dos outros, que não precisemos passar por isso. Rebaixamento é ruim, mancha o currículo.

Felipe apontou alguns problemas na atual temporada, mas disse que caso soubesse o que levou o Flamengo a ter um ano tão ruim já teria usado isso a favor do time:

- Se soubesse (motivo de o time estar mal no ano), teria passado a receita há tempos e não precisávamos sofrer tanto. São várias coisas, um ano de mudanças no clube, saída de atletas, mudança no comando, isso acaba mexendo muito. É um ano bastante complicado, sabíamos que seria assim, mas ainda não acabou, podemos almejar o título da Copa do Brasil. Nesse momento, temos que errar o mínimo possível no Brasileirão.

O goleiro também admite que o clima será diferente para o Rubro-Negro até o final do Brasileiro:

- Erros acontecem, mas, nesse ano, erramos mais do que o normal. Cada jogo agora é uma decisão.

A primeira decisão às avessas será diante do Criciúma, neste domingo.