Pedro Mesquita na sede da XP, na Vila Olímpia, em São Paulo - Ronny Santos/Folhapress

Marsal formaram um grupo com a espanhola La Liga por um projeto para estruturar a Liga de Clubes do Brasileiro. O empurrão inicial foi dado pelo jogador Ronaldo, dono do Cruzeiro, que tem conexões com as partes. O grupo da XP e La Liga vai convidar clubes para apresentar sua proposta no próximo dia 15.



Há uma disputa em curso para parceria com a Liga de clubes. A empresa Codajas e o BTG assinaram com seis times — Flamengo e os cinco times paulistas da Série A — para desenvolvimento da competição. Ao mesmo tempo, há uma queda de braço entre esse grupo de clubes grandes e outras dez equipes, que formaram o "Forte Futebol", com liderança de Marcelo Paz, do Fortaleza, e Mario Celso Petraglia, do Athletico-PR.


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A ideia de trazer o know-how da La Liga para o futebol brasileiro se iniciou com Ronaldo, que é dono do Real Valladolid e do Cruzeiro ao mesmo tempo. Ele tem conexão com a XP com quem fechou o negócio de compra do time mineiro. O ex-jogador também mencionou a dirigentes de outros times essa possibilidade de parceria com a organização espanhola.

A partir daí, o projeto se tornou independente: envolveu a XP e a consultoria Alvarez & Marsal, que atua em alguns clubes, como Cruzeiro e Coritiba, para reestruturação financeira. As duas empresas e a La Liga assinaram um MOU (Memorando de Entendimento) para criar um projeto de desenvolvimento da Liga do Brasil. A XP entrou no futebol ao buscar investimentos para SAF (Sociedades Anônimas do Futebol) de Botafogo e Cruzeiro.

Pelo modelo, a La Liga traria todo o seu know-how de estruturação de uma liga desenvolvido durante os anos. Entre outros pontos, estão a governança, Fair Play, projetos comerciais, apoio para gestão dos clubes etc. Atuaria como uma prestadora de serviços.

Já a XP atuaria com a captação de investimento. Para isso, seus executivos fizeram viagens para prospecção de dinheiro no exterior e, sim, isso envolveria a venda de uma parte da Liga. Mas a ideia é de que isso só ocorra depois do desenvolvimento da Liga, nas mãos da La Liga, pois só é possível vender se há um produto pronto. Assim, seria agregado valor. A Alvarez & Marsal fornece mão de obras de consultores para estruturar o negócio.

De uma certa forma, é uma ideia similar à da Codajas e do BTG. A empresa montada por Flávio Zveiter e Ricardo Fort utiliza o know-how do ex-executivo da Premier Legue, Richard Perry. O grupo fez uma apresentação para 12 clubes, em reunião em São Paulo, na semana passada.

A XP teve boa receptividade no grupo "Forte Futebol" para apresentar sua proposta. O desafio da empresa é atrair para a reunião também os clubes paulistas — Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos e Red Bull Bragantino — e o Flamengo, que já assinaram com o outro grupo para desenvolvimento da Liga, embora sem exclusividade.

Cada grupo tem argumentos em favor de sua proposta. Do lado da Codajas, entendem ser um grupo que já trabalha há bastante tempo no projeto da liga brasileira. E argumentam que a La Liga pode vir a ser concorrente de um futuro brasileiro turbinado.



Do lado da XP, o argumento é de que a La Liga tem um projeto pronto o que aceleraria o projeto. É refutada qualquer possibilidade de concorrência entre as ligas porque atuam em horários e níveis de desenvolvimento diferentes. Além do que, a La Liga atuaria só como consultores, e não como donos de qualquer percentual.

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