Hulk, Gabigol e Raphael Veiga: protagonistas em ação na luta por mais títulos (Imagem: Divulgação/Atlético-MG - Thiago Ribeiro/AGIF - Ettore Chiereguini/AGIF)
Em 2019, o Flamengo venceu a Copa Libertadores e o Brasileirão. No ano seguinte, foi a vez de o Palmeiras conquistar a América e a Copa do Brasil, e o time carioca voltou a ganhar o Nacional. Já na temporada passada, foi o Atlético-MG quem ficou com os títulos dos dois torneios mais importantes do país, enquanto o Palmeiras foi campeão continental novamente.
O trio mais poderoso do futebol brasileiro levou oito dos nove títulos mais importantes para os clubes nacionais. Além das taças, Galo, Alviverde e Rubro-Negro se estabeleceram entre os primeiros colocados, com presenças no G4 do Brasileiro e nas fases finais das copas.
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Hoje (5), começa a fase de grupos da Libertadores. O Flamengo é o primeiro a jogar, contra Sporting Cristal, no Peru. Já Palmeiras e Atlético entram em campo apenas na quarta, diante do Deportivo Táchira, na Venezuela, e Tolima, na Colômbia, respectivamente. No final de semana já tem a primeira rodada do Brasileirão, e mais alguns dias para frente começa a terceira fase da Copa do Brasil.
Em estágios diferentes após o encerramento dos Estaduais, o trio lida com a expectativa criada por causa dos altos investimentos aplicados para montar os seus fortes elencos, a pressão da torcida, a cobrança da imprensa por atuações convincentes, adversários famintos para desbancá-lo e viagens desgastantes pelo Brasil por toda a América do Sul. Será uma longa "corrida maluca" e cada um dos clubes vai traçar sua própria estratégia.
Não é fácil encarar a temporada brasileira, ainda mais com o calendário achatado devido à Copa do Mundo do Qatar, no fim deste ano. As principais competições serão disputadas entre abril e novembro. Lesões, suspensões, convocações, desgaste físico e venda de direitos de jogadores mudam os times constantemente. Depois de algumas voltas de apresentação, a largada será dada hoje.
Atlético-MG: aposta na continuidade
O grande mérito do Galo para a temporada 2022 foi a continuidade. O Alvinegro perdeu Cuca, mas trouxe um treinador que apresentou características bem próximas as do campeão brasileiro do ano passado em diversos de seus trabalhos. Antonio ''Turco'' Mohamed teve humildade e sabedoria para dar continuidade a coisas que já vinham dando certo.
Essa atitude do técnico argentino conquistou os jogadores, e as informações de bastidores dão conta de um ótimo relacionamento com os atletas, deixando o ambiente leve e propício para que a transição seja feita de forma tranquila, sem grandes rompimentos.
O elenco ainda ganhou reforços consideráveis. Ademir e Otávio são excelentes novos reservas. Junior Alonso, que havia saído para o futebol russo, retornou e pode formar a dupla que deu tão certo com Nathan Silva na temporada passada. Diego Godín é outro nome de peso que chegou.
O Atlético pode sonhar com os títulos do Brasileirão, da Copa do Brasil e da Libertadores. Em 2021 ganhou dois deles e caiu para o campeão Palmeiras na competição sul-americana, mas chegou bem perto de conquistar a vaga na final.
Segue com Hulk em grande fase. Tem média superior a um gol por partida. Nacho Fernandez recuperou o desempenho, e Zaracho e Keno completam o alto nível do quarteto ofensivo. Arana e Jair são outros jogadores fundamentais no funcionamento da equipe.
Flamengo: recomeço por mais um 2019
O Flamengo tem um desafio considerável em 2022: mudar o seu modelo de jogo e reformular o elenco enquanto se mantém competitivo nos três principais campeonatos, Libertadores, Brasileiro e Copa do Brasil. As dificuldades enfrentadas pelo técnico Paulo Sousa nos três primeiros meses são um ensaio para a temporada.
O técnico português mudou a forma do Flamengo jogar, saindo do tradicional 4-4-2 para o 3-4-3. Mais do que isso, instruiu jogadores a alterarem a forma como marcam, como atacam, enfim, como executam seu jogo coletivo. Trocou posições de atletas, e os colocou em mais de um lugar no campo às vezes no mesmo jogo.
Após três meses, o time está longe de estar pronto. É possível dizer, com folga, que o Flamengo está abaixo de Palmeiras e Atlético-MG quando se inicia "o ano para valer no Brasil". As resistências de uma parte do elenco e a perda do título Carioca colocaram ainda mais pressão sobre seu trabalho.
Agora, Paulo Sousa terá convencer atletas e ajustar o Flamengo em meio a jogos importantes sequências da Libertadores e Série A. Para isso, conta com reforços que ainda não estrearam, como Airton Lucas, Pablo e Santos, além da recuperação física de alguns atletas. Não é um cenário fácil ainda mais com a sombra de Jorge Jesus pairando no Rio no carnaval.
Palmeiras: desafio é a parte física
A temporada do Palmeiras vai ser extremamente desgastante, como já tem sido há dois anos. O desafio da vez é que o Alviverde tentou chegar ao ápice físico logo no começo do ano por conta do Mundial, coisa que não tinha acontecido recentemente, quando o time B foi escalado na primeira fase do Paulista, por exemplo.
É claro que o Alviverde ainda tem um dos melhores elencos do país, mas neste ano temos uma ideia bem clara de quem são os titulares do Palmeiras. Uma lesão, como foi a de Danilo na partida de ida da final do Paulista, pode ser bastante perigosa para o alto rendimento de uma equipe.
Uma possibilidade seria fazer como faz o River Plate, por exemplo, e jogar algumas partidas da Libertadores com o time B. Claro que a conquista do tetra deve ser a prioridade no Palestra Itália, mas é muito possível passar de fase contra Tachira, Emelec e Petrolero usando alguns de seus atletas reservas. Além de poupar os titulares, ainda dá chance de jovens mostrarem seu valor em jogos tão importantes.
É importante também a diretoria entender que algumas contratações são necessárias. Não só a do camisa 9, tão pedido por Abel Ferreira, mas também uma alternativa para a zaga, com a possível saída de Renan e mais um meio-campista que possa fazer a função de Zé Rafael.
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