Quem gosta de futebol, sem paixão exacerbada, teve de bater palmas para o Flamengo de 2019. Aquele time jogava com leveza, em harmonia, era uma fábrica de gols e de espetáculos. Desfrutava da qualidade individual de seus 11 titulares e mantinha Gabigol, Bruno Henrique, Arrascaeta e Everton Ribeiro na ponta da produção de shows que se repetiam semanalmente.
Jorge Jesus era o maestro e o título da Libertadores coroou a campanha na temporada. O tempo passou, houve algumas mudanças no elenco e na comissão técnica, e parece ilusão crer agora na reedição daquela trajetória que brindou torcedores de todos os times.
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A desagregação começou com a saída do zagueiro Pablo Marí. Fazia dupla perfeita com Rodrigo Caio e desde então, mesmo com a contratação de David Luiz, a zaga do Flamengo protagonizou um festival de horrores, com erros em série de Léo Pereira e Gustavo Henrique. Afastado muitas vezes dos jogos por causa de lesões, Rodrigo Caio, quando entra, já não demonstra a mesma capacidade de outrora.
Filipe Luís, na lateral-esquerda, não é hoje nem sombra do que foi em 2019. Deixa espaços para o atacante adversário e no apoio não repete sua performance de três anos.
Rafinha deixou o clube quando começava a ter uma queda de rendimento visível. Isla, Matheuzinho e Rodiney lutam para saber quem vai herdar a posição na lateral-direita, mas nenhum deles convence.
No gol, Diego Alves perdeu a vaga para Hugo, que tem muita elasticidade, ótimo reflexo, mas ainda comete erros que deixam a torcida aflita.
Gerson, que jogava o fino, também saiu, e não se pode dizer que teve um substituto à altura. Willian Arão, outro nome de peso na equipe de 2019, chegou até a ser deslocado do meio para a zaga, mas voltou a ser volante, longe de repetir suas atuações da era Jorge Jesus.
Já o quarteto mágico da linha de frente passou a alternar altos e baixos nas últimas temporadas. Gabigol vagou pela Seleção brasileira, mas não correspondeu. Bruno Henrique é outro que se abateu com seguidas lesões e saiu do trilho. Everton Ribeiro seguiu a toada de Gabigol, foi à Seleção e não conquistou Tite. Sobrou Arrascaeta, o jogador mais eficiente do Flamengo no momento, o que dribla, dá assistências, faz gols, comanda os ataques. É a única luz no fim do túnel do Flamengo.
Análise, Flamengo, 2019, acabou
Concordo plenamente, de 2019 só restou Arrascaeta o resto, vem o resto é resto.