A Fifa manteve para a Copa do Mundo do Qatar o total de US$ 209 milhões (R$ 1,08 bilhão) de repasse aos clubes que cederão jogadores para a competição — mesma quantia paga em 2018, na Rússia. Mas como o Mundial deste ano será mais curto, 29 dias em vez de 32 e com uma semana a menos de preparação para as seleções, o valor da diária que a entidade pagará aumentou de US$ 8,53 mil (R$ 44,3 mil) para US$ 10,27 mil (R$ 53,4 mil).
O dinheiro é dividido por alguns critérios: o número de jogadores cedidos por cada agremiação (quem envia mais, ganha mais) e o tempo que eles ficam à disposição da seleção durante a Copa (aqueles com jogadores avançando à final também recebem mais). A Fifa ineniza os clubes que detiveram o contrato do jogador nos dois últimos anos, então se o atleta defendeu mais de uma equipe o valor pago é dividido proporcionalmente.
Em 2018, 416 clubes repartiram os US$ 209 milhões. Para 2022, como serão mais jogadores convocados com a lista ampliada de 22 para 26 atletas, esse número deve aumentar. Na última data-Fifa, clubes como Flamengo, Palmeiras e Athletico-PR tiveram jogadores convocados para seleções que disputarão a Copa. Os cariocas tiveram quatro: dois por Tite para a seleção brasileira, Pedro e Everton Ribeiro, e dois para o Uruguai, Arrascaeta e Varela.
Se isso se confirmar no Qatar, e observando um cenário com Brasil e Uruguai na finalíssima, o Flamengo receberia US$ 370 mil (R$ 1,9 milhão) por cada convocado, menos Varela, que seria proporcional ao valor de US$ 123,3 mil (R$ 643 mil). Isso daria um total de US$ 1,23 milhão (R$ 6,4 milhões). Tite anuncia os convocados para a Copa no dia 7 de novembro. O Palmeiras certamente terá o goleiro Weverton lembrado e pode ter ainda o lateral uruguaio Piquerez, que ficou de fora da última lista de Diego Alonso — e receberia valor proporcional por Matias Viña, vendido em 2021 para a Roma. No Athletico-PR, o atacante Agustin Cannobio tem tido chances com Alonso e pode estar entre os 26.
Agrado aos europeus
A Fifa adotou a compensação financeira na Copa da África do Sul, em 2010, quando distribuiu US$ 40 milhões (R$ 208 milhões). Na época ocorreu o auge da reclamação de times europeus em ceder jogadores para seleções nas datas-Fifa (quando ocorrem amistosos ou partidas de eliminatórias da Copa), e também na fase final do Mundial. Houve movimentação, inclusive, para boicote em ceder jogadores, o que contraria as regras da entidade, que exige a liberação nas datas especificadas no calendário. Além da questão física dos atletas, que se desgastam em partidas e viagens por suas seleções, havia também a questão financeira, já que os altos salários pagos continuavam a ser obrigação apenas dos clubes.
Na mesma época, a Fifa introduziu outro benefício, que é o de compensação financeira em caso de lesão do jogador em ação pela seleção nas datas-Fifa ou torneios oficiais, como a Copa do Mundo. A entidade reserva para isso cerca de US$ 100 milhões (R$ 520 milhões) por ciclo, que para a Fifa são os quatro anos entre os Mundiais.
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