Imagem: Staff Images / CONMEBOL

Guayaquil, a cidade escolhida pela Conmebol para receber a decisão da Copa Libertadores da América-2022, entre Athletico-PR e Flamengo, neste sábado, é a casa do clube mais vencedor da história do futebol equatoriano.



Só que o time que já foi 16 vezes campeão nacional e que até já chegou a disputar duas finais do torneio interclubes mais importante do continente (perdeu para o Olimpia, em 1990, e para o Vasco, oito anos depois) não leva o nome do local onde está sediado.



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Muito pelo contrário, ele homenageia uma cidade localizada em outro continente, a mais de 9.000 quilômetros de distância, e um dos clubes mais poderosos do planeta.

Mas por que será que a equipe número um do Equador se chama Barcelona e tem um escudo que é praticamente uma cópia (com ligeiras adaptações) do distintivo do seu homônimo de história brilhante na Espanha e na Europa?

O motivo remete à criação do clube, lá em 1925.

O Barça equatoriano foi fundado por um grupo de jovens espanhóis radicados em Guayaquil conhecidos como "La gallada de la Modelo". Eles costumavam se reunir na casa de um catalão chamado Eutimio Pérez.

Como boa parte dos amigos compartilhava da mesma torcida do patrono da turma, homenagear o clube de coração deles na Espanha acabou sendo uma escolha natural. Assim, a nova equipe de Guayaquil foi batizada igual aos culés.

Curiosamente, apesar do nome igual e do escudo semelhante, o Barcelona do Equador não utiliza o mesmo uniforme blaugrana do time que o inspirou. O fardamento listrado em azul e grená até existiu durante quatro anos, mas foi aposentada em 1946 porque estaria "dando azar".

Desde então, o clube equatoriano veste camisa amarela com pequenos detalhes em vermelho (maiores ou menores, dependendo do modelo de cada temporada). Essas são as duas cores da bandeira da Catalunha, que muitas vezes costumam inspirar o uniforme reserva do Barça original.

Mas se engana quem pensa que a convivência entre os dois Barcelonas é 100% cordial. Pelo contrário, eles até já se estranharam na justiça.

Na década passada, os espanhóis chegaram a ameaçar acionar a Justiça equatoriana por considerarem que o clube que nasceu como uma forma de homenageá-lo estava usando sua marca indevidamente. A acusação de plágio e apropriação de direitos intelectuais, no entanto, não deu em nada.

A Libertadores-2022 será a quarta edição consecutiva do torneio vencida por um clube do Brasil (o Flamengo ganhou em 2019 e o Palmeiras, nos dois anos seguintes). Mesmo assim, o país continua atrás da Argentina no ranking histórico de títulos: 25 a 22.

Caso leve a melhor em Guayaquil e fique com a taça, o Athletico-PR será o 26º time diferente (e o 11º brasileiro) a alcançar o posto de campeão sul-americano.

Já o Fla pode se igualar a São Paulo, Palmeiras, Santos e Grêmio, que faturaram a competição em três oportunidades cada e são os maiores vencedores dentre as equipes da terra de Pelé, Garrincha, Romário, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho. O recordista geral é o argentino Independiente, com sete triunfos.



O vencedor da Libertadores será o representante da Conmebol na próxima edição do Mundial de Clubes, que ainda não tem data e nem local definidos. Real Madrid (ESP), Wydad Casablanca (MAR), Seattles Sounders (EUA) e Auckland City (NZL) já asseguraram suas vagas.

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