O lance entre Matheuzinho e Camacho em Flamengo x Santos
Imagem: DANIEL CASTELO BRANCO/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO
O pênalti não marcado para o Santos diante do Flamengo nesta terça (25) superou todos os limites. Não há capacidade de compreensão que torne tolerável o erro cometido por quem operava o VAR.
O árbitro de campo pode se confundir. Mas não é preciso ser especialista em arbitragem para saber que Matheuzinho fez pênalti em Camacho.
Basta rever o lance com atenção para não ter dúvidas. Para piorar o erro, na sequência, Pedro marcou o gol do Flamengo.
LEIA TAMBÉM: VP do Flamengo explica por que não haverá Fan Fest para a final da Libertadores
Revoltante, ultrajante, indecente, escandalosa, ridícula... Um caminhão de adjetivos pode definir a decisão da arbitragem.
E o que fez a CBF diante de tamanha barbaridade? Divulgou essa nota:
"A Comissão de Arbitragem da CBF informa que o árbitro André Luiz de Freitas Castro e o VAR Adriano Milczvski foram incluídos no Programa de Assistência ao Desempenho do Árbitro (PADA). A decisão foi tomada após análise da atuação de ambos durante a partida entre Flamengo e Santos, pelo Brasileirão Assaí 2022".
Colocar no PADA significa deixar na geladeira enquanto os árbitros passam por um trabalho de recuperação.
Tentar recuperar tecnicamente e em outros aspectos os envolvidos no desastre no Maracanã é válido.
Lembrando que também houve reclamação do Flamengo sobre um pênalti de Bauermann em Cebolinha que não teria sido marcado.
Só que colocar na geladeira é brincar de punir quem cometeu um erro injustificável. A não marcação da penalidade não prejudicou só o clube da Vila Belmiro e seu torcedor, que se sente lesado. A imagem do campeonato foi duramente atingida, de novo. O VAR no Brasil foi novamente severamente ferido. Praticamente sabotado.
Por isso a punição para os responsáveis não pode ser uma geladeira, que é pena disfarçada, envergonhada e sem prazo estipulado publicamente.
O absurdo cometido no Rio de Janeiro exige uma suspensão com (longo) período definido e divulgação dos motivos da pena. A CBF precisa escrever com todas as letras: "não marcar o pênalti foi um erro inaceitável, por isso os envolvidos foram suspensos por determinado tempo e ainda vão passar pelo programa de recuperação".
Isso vale para todos os erros de arbitragem absurdos que já aconteceram no Brasileirão, independentemente da camisa ferida. Foram muitos.
Não é necessária a comprovação de dolo para que seja aplicada punição. Erros graves, ainda que sem a intenção de prejudicar alguém, deixam profissionais de todas as áreas sujeitos a indigestas consequências. Por que passar a mão na cabeça de árbitros de campo e de vídeo?
Suspensões de verdade, não camufladas com sopa de letrinha, teriam, na minha opinião, maior poder para inibir novos erros e deixar a galera do VAR mais atenta.
Ter vergonha de punir quem fez o que fez no Maracanã com a tecnologia à disposição, é contribuir para a destruição do VAR no Brasil. A tecnologia é aliada do futebol. Incompetentes encarregados de usá-la é que são inimigos da modalidade.
CBF, brinca, punir, geladeira, Santos
Comentários do Facebook -