Técnico Dorival Júnior era muito querido pelo elenco do Flamengo, que torcia por sua permanência
Imagem: Gilvan de Souza / Flamengo

Com um misto de surpresa e frustração, jogadores e funcionários do Flamengo acompanharam o desenrolar do enredo que resultou na saída do técnico Dorival Júnior e na iminente chegada de Vítor Pereira, ex-Corinthians.



De férias após os títulos da Libertadores e da Copa do Brasil, o grupo contava e torcia pela permanência de Dorival em 2023. Alguns demoraram a acreditar que as notícias eram verídicas e conversaram entre si sobre o assunto. O comandante era uma unanimidade e tinha "dado liga" com o elenco, seja na parte tática, seja no convívio. Alguns casos individuais, por exemplo, foram bem emblemáticos, como com o lateral direito Rodinei, o atacante Pedro, o meia Everton Ribeiro, entre outros, que subiram consideravelmente de produção sob suas ideias.


LEIA TAMBÉM: VP diz sim à proposta do Flamengo! Confira as cifras


Entre os funcionários do departamento de futebol, o sentimento também era compartilhado. A avaliação era a de que os processos entre os setores estavam azeitados, o que tornava o dia a dia mais leve e eficiente. Filho de Dorival e auxiliar técnico, Lucas Silvestre era outra pessoa que gozava de muito prestígio internamente.
Com a saída consumada e confirmada pelo próprio Dorival, alguns atletas ligaram diretamente para o treinador, e outros passaram a prestar homenagens e a se despedir nas redes sociais.

"Professor, somente agradecer por ter acreditado no meu trabalho e me passado confiança desde o primeiro dia que chegou. Você merece o melhor na sua vida pela pessoa espetacular que é. Muito sucesso para você e sua comissão técnica na sequência. Você terá sempre um lugar especial na minha carreira. Obrigado por esse tempo juntos. Deus abençoe vocês", escreveu Pedro, que tornou-se titular absoluto com Dorival e carimbou seu passaporte para a Copa do Mundo do Qatar nas mãos do treinador.

Rodinei, que chegou a entrar na pré-lista da seleção brasileira para o Mundial, chamou Dorival de "paizão":

"Você é diferenciado, professor. Paizão, você sempre estará na história, sou seu fã demais. Desejo o melhor sempre para você e para sua família".

Um dos líderes do elenco, Filipe Luís lembrou quando recebeu uma chance de Dorival ainda com 17 anos.

"Professor Dorival, muito obrigado! Em 2003, no Figueirense, você apostou em mim com somente 17 anos. Você teve paciência e, com isso, consegui ter a carreira que tive. Depois, o futebol nos brindou com a oportunidade de trabalharmos juntos novamente, em outra realidade, e vivemos um dos melhores momentos das nossas carreiras. Você foi fundamental nas conquistas, e o grupo reconhecerá isso eternamente. Seu nome está marcado na história. PARA SEMPRE", postou.

Paralelamente, os jogadores também não estavam cientes e foram surpreendidos com as notícias sobre a iminente chegada do técnico Vítor Pereira.

Dorival pacificou ambiente
Contratado para substituir Paulo Sousa, Dorival conseguiu o que o português não foi capaz: unir o clube em torno dos objetivos e pacificar o dia a dia do Ninho do Urubu.



Sousa entrou em conflitos com algumas lideranças do elenco e se notabilizou por um estilo mais rude. Dorival, por sua vez, adotou um tom conciliador e fez todos remarem na mesma direção.

O técnico tinha contrato até o dia 31 de dezembro deste ano e havia uma conversa em curso. Diante do desejo de contar com um novo profissional, o Fla desacelerou as tratativas e começou a negociar com VP.

Elenco, Fla, queria, permanência, Dorival