Vitor Pereira em seu primeiro jogo como técnico do Flamengo Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF
Após uma boa estreia contra a Portuguesa, Vítor Pereira foi mal diante do Madureira. Substituições estapafúrdias, a própria escalação inicial bem discutível (fazia sentido escalar todos os titulares de novo apenas 72 horas depois da primeira partida?) e um desempenho decepcionante no geral, no empate em 0 a 0.
O resultado é o menos importante. O maior desafio do treinador português, neste início de temporada tão cheio de compromissos importantes (o Estadual é o que menos interessa), é equilibrar a necessidade de dar ritmo de jogo à equipe e, ao mesmo tempo, não desgastá-la demais fisicamente.
E aí que o técnico parece meio perdido. Fez questão de colocar os titulares em ação na segunda rodada do Carioquinha, manteve a equipe na terceira e, pelo que disse na coletiva após o empate decepcionante, o fará novamente na próxima, diante do Nova Iguaçu.
Só então descansará os jogadores - a uma semana da disputa da Supercopa, contra o Palmeiras e, na sequência, a viagem para o Marrocos, para a disputa do Mundial, o grande objetivo da temporada. Não teria sido melhor alternar jogo sim, outro não?
Por mais que Pereira queira fazer pequenos acertos e, aos poucos, começar a impor seu estilo tático predileto, a verdade é que o Flamengo é um time pronto e, ainda que não seja perfeito, com tão pouco tempo até o Mundial, quanto menos mexer, melhor.
O grande coletivo apronto para o torneio no Marrocos será a Supercopa diante do Palmeiras, o primeiro adversário pra valer neste ano. O problema é que, por causa da enorme rivalidade, amplificada pela divisão dos títulos mais importantes, nos últimos anos, ganhar esta taça passou a ser também importante - até para o estado anímico com que o time viajará para tentar o tão sonhado bi mundial interclubes.
É muito cedo para qualquer julgamento sobre o trabalho do ex-treinador do Corinthians à frente do melhor elenco do continente. Mas as três taças que disputará de cara, Supercopa do Brasil, Mundial Interclubes e Recopa Sul-americana, determinarão o humor do rubro-negro em relação a ele no restante da temporada.
É de bom tom, entretanto, que não invente soluções estapafúrdias, como Marinho de lateral-esquerdo, como fez em Cariacica, levando boa parte da torcida a lembrar-se da trágica passagem de seu conterrâneo e nada saudoso Paulo Sousa. Não inventa, homem de Deus!
Vítor Pereira, cruz, espada
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