O Flamengo acumula três fracassos na temporada e vê Vítor Pereira pressionado no início de trabalho. Quarto estrangeiro escolhido pela atual direção, ele trilha um caminho parecido e ao mesmo tempo diferente dos seus antecessores.
Tirando Jorge Jesus, que fez história e conquistou mais títulos do que derrotas (5 x 4), Domènec Torrent, Paulo Sousa e Vítor Pereira têm características em comum sob o comando do time carioca.
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Com o catalão, a situação mais semelhante encontra-se no antecessor. Se Dome encontrou um cenário vencedor após a passagem mágica de Jorge Jesus, Vítor Pereira pegou um time também campeão. Dorival deu ao Flamengo a CONMEBOL Libertadores e a Copa do Brasil da temporada.
Com isso, a cobrança vai muito em relação ao desempenho. Assim como o time pós-Jesus, a equipe atual carece de bom futebol. E a comparação com os trabalhos anteriores passa a ser algo inevitável na mente do torcedor. A balança pesou muito contra Dome e vem castigando VP.
Já com Paulo Sousa, a maior ligação está no início de trabalho e o que a diretoria planeja. Paulo Sousa encontrou um cenário perdido após Renato Gaúcho e os insucessos de 2021. Além disso, a questão física foi uma grande pedra no sapato em 2022.
VP encontrou uma base pronta, mas o calendário apertado o fez caminhar em uma situação parecida com aquela que castigou o compatriota. O atual treinador, ao ser escolhido, também recebeu a missão de dar uma cara diferente ao time da época de Dorival.
Vítor Pereira e as diferenças para Dome e Paulo Sousa
Talvez a maior diferença dos trabalhos está no discurso dos atletas. Dome foi completamente fritado internamente quando disse, segundo o GE, que 'não é todo ano que se ganha na sorte' ao falar sobre a virada diante do River Plate na Libertadores de 2019, e Paulo Sousa viu a tentativa de reformular o Flamengo ser desgastada publicamente.
A primeira polêmica foi com Filipe Luís, ainda em março, com dois meses de trabalho. Na ocasião, o lateral disse que 'faltava química' do time com o que o técnico tentava passar em campo. A declaração caiu como uma bomba e fez o trabalho de Paulo Sousa ser ainda mais questionado.
Depois, a polêmica aconteceu com Diego Alves. O português sacou o goleiro, que virou seu desafeto no clube, inclusive fazendo Paulo Sousa desmentir publicamente uma versão dita anteriormente de que Diego Alves teria se encontrado com o diretor Bruno Spindel para se colocar à disposição de atuar quando Hugo Souza, então titular, era criticado.
Por outro lado, Vítor Pereira tem uma relação bem mais tranquila até o momento com o plantel de forma pública. Até mesmo a situação de Arturo Vidal, que falou sobre a chance de ir para o Colo-Colo e causou polêmica por ser reserva, foi contornada. Atualmente, o chileno é titular da equipe.
Além disso, os jogadores estão cada vez mais comprando o trabalho de Vítor Pereira nos discursos com a imprensa. Gabigol, um dos líderes do plantel, defende o português. Após a derrota contra o Vasco, chegou a chamar VP de excepcional e afirmou que o momento é de trabalhar para reverter a fase ruim.
''Sempre a mesma pergunta (sobre trabalho do Vítor Pereira). Estamos trabalhando muito, se ajustando, assim a gente vai melhorando nos jogos. É um cara excepcional (Vítor Pereira). Precisamos trabalhar mais e falar menos'', disse o atacante em entrevista à BandSports.
''Claro que queríamos vencer todos os campeonatos, mas a gente só os disputou porque foi campeão (Libertadores e Copa do Brasil). Agora temos mais um clássico pela frente. É trabalhar, trabalhar, trabalhar. Tem que ser calmo, frio, se unir mais uma vez e vencer o próximo jogo'', completou.
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