Rodolfo Landim durante a posse no Flamengo — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo
Conselheiros da base de apoio do presidente Rodolfo Landim, do Flamengo, estudam desengavetar uma discussão sobre mudança de estatuto que poderia estender em mais um ano a permanência do dirigente, que foi eleito para ficar no cargo até o fim de 2024. Esse grupo pretende mudar de três para quatro anos a vigência da gestão escolhida pelos sócios, mas que a mudança já valha para o atual mandato.
Para sair do papel, a iniciativa precisa da adesão de ao menos 50 conselheiros, além do presidente de um dos poderes do clube. Nessas condições, a proposta pode ser encaminhada e votada. Em entrevista ao jornal Lance!, Landim confirmou o movimento, mas tratou o tema como "superficial".
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- De fato, alguns conselheiros já conversaram superficialmente comigo sobre essa ideia, mas desconheço se tomaram alguma iniciativa no sentido de propor a mudança à comissão de estatuto do Conselho Deliberativo - afirmou.
- Isto teria que ser conversado e amadurecido com os grupos de apoio - completou.
Essa é uma discussão que já esquentou e esfriou nos corredores da Gávea algumas vezes. O modelo mais popular alteraria de três para quatro anos o tempo do mandato, mas sem direito a reeleição, com o objetivo de diminuir decisões motivadas por interesses pessoais.
Promessa quebrada
Essa, aliás, foi uma das bandeiras do presidente durante a campanha do primeiro mandato. Em 2018, quando concorreu pela primeira vez, Landim se colocou contra a reeleição e prometeu passar a caneta a outro depois de três anos. A ideia foi descartada pouco tempo depois, e ele voltou a fazer campanha em 2021.
- É uma promessa minha: se eleito, vou ficar só três anos. E uma nova pessoa, do nosso grupo, que será o próximo presidente do Flamengo. As pessoas, quando têm possibilidade de se reeleger, trabalham para elas e não para o clube - disse, na ocasião, aos canais Disney.
Oposição reage
Ao mesmo tempo em que mobiliza apoiadores, a ideia causou reação na oposição do Flamengo. Houve manifestação de grupos políticos, ex-candidatos ao cargo e o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, hoje deputado federal.
- Sigo convicto que poder se conquista no voto. O Flamengo tem tradição de aderência aos princípios democráticos - publicou Bandeira em uma rede social.
Para os críticos da atual gestão, a manobra é taxada de antidemocrática. E é somada, também, a outros movimentos recentes que impactam opositores. Como a emenda que corre no conselho e pretende impedir pessoas politicamente expostas (como o deputado Bandeira de Mello) de concorrer a cargos no clube.
Outra decisão polêmica aconteceu na última segunda-feira, quando Conselho Deliberativo puniu Marco Aurélio Assef por insultar o presidente do conselho, Antonio Alcides. Assef foi o segundo mais votado na última eleição e está impedido de concorrer em 2024 com a decisão.
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