O jeitão expansivo do técnico Jorge Sampaoli esteve presente em sua estreia como treinador do Flamengo na vitória por 2 a 0 sobre o Ñublense, na última quarta-feira, no Maracanã. Andou de um lado para o outro à beira do campo, gesticulou e comemorou. Mas o que as expressões faciais e corporais do argentino realmente contam sobre sentimentos e a personalidade do novo comandante do rubro-negro.

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A pedido do EXTRA, o especialista em linguagem corporal e microfacial Armando Moucachen analisou algumas expressões do treinador no comando do time e na entrevista coletiva. A análise, em alguns momentos, ficou comprometida por questões estéticas.

— Tenho certeza de que ele usa botox. É difícil verificar as expressões faciais dele — brincou o especialista. Realmente, a imprensa chilena conta que o técnico começou a fazer o procedimento quando treinava a seleção chilena.

Sampoli leva mão à boca: sinal de gesto pacificador para acalmar algum momento de tensão — Foto: reprodução/TV

Ainda assim foi possível perceber, pelas expressões, o tamanho do desafio que Sampaoli resolveu enfrentar ao comandar o Flamengo e como cada gestual mostrava algum tipo de tensão e apreensão.

— Cada pessoa tem seu jeito. O fato de ele andar o tempo todo não quer dizer que está nervoso sempre. É o jeito dele. Na coletiva, por exemplo, é possível perceber que ele segura muito os braços e entrelaça as mãos fechadas. É sinal de que consegue ser calmo quando precisa, que segura o impulso e pensa antes de responder. Já no campo, algumas expressões faciais com a boca e olhos passavam o recado de que era o primeiro dia de trabalho, de que não podia errar e estava apreensivo — explica.

Apesar de transmitir pelas palavras que os jogadores são os responsáveis por vitória ou derrota, segundo Moucachen, sua postura em campo demonstra que ele quer controlar o jogo, controlar as ações de tudo que acontece e, por isso, vai cobrar muito dos comandados.

Comemoração de um dos gols do Flamengo: expressão autêntica — Foto: Reprodução/TV

O especialista destacou o andar rígido e calmo de Sampaoli em quase todo o tempo — mudanças mais bruscas na expressão aparecem apenas quando o VAR foi acionado e invalidou o gol de Everton Ribeiro. Sinal de muita autoconfiança.

— O corpo todo dele transmite que ele é autoconfiante, ele sabe que é bom no que faz. Aquela posição com mãos na cintura expressa que quer mostrar que é grande, tem agressividade muito forte, que não devem mexer com ele.O caminhar com os pés bem fincados no chão também demonstra essa segurança — afirma.

Alguns gestuais sutis, como um leve polegar para cima, também transmitem, segundo o especialista, que Sampaoli ficou satisfeito com o que viu em campo. E, nas comemorações dos gols, a felicidade autêntica.

— Tudo ali é autêntico. As duas mãos se fecham, é a raiva, a emoção, quanto mais comemora mais tensiona os braços. Afinal, ele que seria cobrado — diz.