As negociações entre Libra e Liga Forte Futebol (LFF) para que a tão sonhada Liga Brasileira finalmente saia do papel avançaram muito nos últimos meses, mas agora estão emperradas por dois novos fatores que impedem um acerto imediato.
De acordo com apuração da ESPN, as duas questões que ainda não estão resolvidas nos bastidores são as cláusulas de “estabilidade” e “unanimidade”, ambas sugeridas pela Libra e que encontram forte resistência da LFF.
Mas o que são essas cláusulas? A de estabilidade representa uma “transição do modelo atual para o futuro sem que qualquer clube tenha queda de receita em benefício dos demais”. Na prática, ela beneficia equipes como Flamengo e Corinthians, que são as de maior arrecadação no atual modelo, que privilegia audiência.
Ou seja: caso a receita da Série A seja menor ou igual à temporada 2022, Flamengo e Corinthians manterão o percentual de receitas determinado naquela temporada (em números absolutos, a receita de cada um pode ser inferior à temporada de 2022, sem transferir risco para qualquer outro clube).
Com isso, a Libra tem como objetivo "resguardar os clubes que fazem a maior concessão na formação da Liga", no caso dos dois de maior torcida do Brasil.
Já a “cláusula de unanimidade”, outra das sugestões da Libra, significa que qualquer mudança de regra ou estatutária só é aprovada quando todos os clubes que compõe a Libra estiverem de acordo. Essa situação é defendida quase que exclusivamente pelo Flamengo, o que faz até aliados do mesmo grupo condenarem a postura do time rubro-negro.
Recentemente, Leila Pereira, presidente do Palmeiras, detonou publicamente o comportamento intransigente de Rodolfo Landim, mandatário do Flamengo, a respeito do tema nas negociações da Libra.
Nos encontros da Libra, especialmente em assembleia no dia 28 de fevereiro, Leila e Landim tiveram fortes divergências. Nesse dia, o grupo aprovou seu modelo de cálculo para a divisão de receitas de transmissão, se aproximando, inclusive, do que é defendido pelos times da Forte Futebol.
Apesar do desabafo público de Leila contra Landim, nos bastidores, a Libra não acredita em grande impacto para o futuro da organização. Segundo definiu uma fonte à reportagem, a situação está "sob controle".
A fala da dirigente alviverde foi vista mais como uma manifestação da rivalidade entre Palmeiras e Flamengo e menos como um "racha" no movimento pela criação da liga brasileira.
Libra é uma abreviação para Liga do Futebol Brasileiro. Além de Palmeiras e Flamengo, fazem parte do grupo: Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.
Em relação ao modelo de divisão de receitas, a Libra defende que, na Série A, 45% do valor seja distribuído de maneira igualitária, 30% via desempenho dos clubes e outros 25% de acordo com audiência. Além disso, 15% de toda a receita seria reservada para a Série B do Brasileiro.
Com isso, a diferença entre quem mais recebe e quem menos ganha foi estabelecida em no máximo 3,4 vezes. Este patamar será atingido após um período de transição de cinco anos ou até que a futura liga alcance os R$ 4 bilhões de receitas esperados.
Nesse meio tempo, a divisão dos valores seguirá com os 40% distribuídos de maneira igualitária, 30% por performance e 30% de acordo com engajamento. Flamengo e Corinthians estão protegidos pela tal "cláusula de estabilidade".
Em oposição à Libra, hoje está a Liga Forte Futebol (LFF), que tem 26 clubes: ABC, Athletico-PR, Atlético-MG, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário, Sport, Tombense e Vila Nova.
Desde a reunião realizada em fevereiro, a Libra tenta a aproximação com o outro grupo, inclusive, com a criação de um comitê para apresentar as propostas aos demais clubes que compõem a LFF.
Até o momento, ocorreram três reuniões entre representantes da Libra e da LFF para chegarem a um acordo a respeito dos números, já que a divisão do dinheiro era o principal fator de discórdia entre os dois lados.
Apesar da reaproximação entre os dois grupos, uma possível união entre os dois lados ainda é vista como "distante" por figuras importantes ligadas às organizações.
486 visitas - Fonte: ESPN
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