Léo Pereira e Gabigol em campo no clássico — Foto: André Durão / ge

Chegou o mês de maio, mas o Flamengo de 2023 ainda tem cara de recomeço. E foram os erros característicos de um time ainda desorganizado que causaram a derrota por 3 a 2 para o Botafogo, no último domingo, no Maracanã, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro.

Contra o rival, faltou ao Flamengo a solidez e a contundência cobradas mais de uma vez por Jorge Sampaoli. Solidez para sustentar a defesa. Contundência para criar e converter chances de gols. Duas virtudes que o time rubro-negro não mostrou no clássico.

Tanto que, a julgar somente pelos números, a partida deveria ter sido um massacre a favor do time da casa. 23 finalizações contra 12 do Bota, nove defesas de Lucas Perri, 66% de posse de bola. Estatísticas que mostram volume, mas também a ineficiência que fizeram a equipe correr atrás do resultado o tempo todo.

Problemas no meio
Do meio para frente, há "desculpa" para alguns problemas. Gerson, lesionado na perna esquerda, e Everton Ribeiro, com dores no joelho esquerdo, não puderam iniciar a partida. O volante foi cortado do clássico, enquanto o camisa 7 entrou no segundo tempo e melhorou o setor de criação.

Sem eles, Sampaoli optou por improvisar Ayrton Lucas no setor. Decisão criticada antes de o incômodo de Everton Ribeiro ser revelado. Sem um jogador com vocação na vaga de Gerson, o time teve problemas na criação. A ponto de ficar mais de 30 minutos sem criar uma chance clara no primeiro tempo. Foram só duas em toda a etapa inicial, uma de Vidal, na trave, uma de Pedro, em ótima defesa de Perri.

O cenário mudou no segundo tempo, quando Ribeiro entrou, abriu os caminhos no meio de campo e, com a instabilidade do Botafogo após as expulsões, aumentou o rendimento do ataque. O Flamengo reagiu, marcou o primeiro gol e quase empatou em 2 a 2 em algumas oportunidades. O goleiro adversário se tornou destaque na partida.

Falhas defensivas
O empate e até a virada pareciam prováveis, pela melhora da equipe e pelo desequilíbrio do rival. Não aconteceu pelo grande ponto fraco em toda a partida: os erros defensivos. Não só dos zagueiros, mas de toda a equipe na hora de marcar.

Erros individuais, como o pênalti cometido por Wesley, com o qual o Bota abriu o placar. Ou a posição adiantada e os passes arriscados de Santos, que faz uma nova função que requer mais treinamento. E também falhas coletivas, de posicionamento da defesa, nos espaço livre que os atacantes alvinegros encontraram para levar o placar ao 3 a 2.

Esse time em construção tem a missão de manter o Flamengo vivo na temporada. Isso passa por estancar as derrotas no Campeonato Brasileiro e reagir na Copa Libertadores. O próximo jogo será decisivo para este segundo objetivo, o duelo contra o Racing, na Argentina, pela terceira rodada do Grupo A. Um tropeço deixa a equipe portenha confortável na liderança da chave.