Uma vitória sobre o Ñublense, uma goleada por 8 a 2 contra o modesto Maringá, empate com Racing e derrotas para Internacional, Botafogo e Athletico-PR. A largada de Jorge Sampaoli como treinador do Flamengo é simplesmente o pior início de trabalho do argentino em quase duas décadas.

O ex-comandante de Lionel Messi na seleção albiceleste obteve apenas 38,9% de aproveitamento em seus seis primeiros compromissos à frente de Gabigol, Pedro, Éverton Ribeiro e cia — o sétimo está marcado para as 20h (de Brasília) de hoje, contra o Goiás, no Maracanã, pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro.

Desde 2004, quando emendou de cara seis derrotas consecutivas na primeira divisão peruana com o Coronel Bolognesi, Sampaoli não começava um emprego acumulando resultados tão negativos.

E olha que o argentino rodou bastante nesse período. Já contando o Flamengo, ele esteve em dez clubes (foram duas passagens pelo Sevilla) de cinco países diferentes no período. Além disso, dirigiu as seleções de Chile e Argentina.

Em 12 desses 13 trabalhos, ele obteve um aproveitamento superior ao atual nos seus seis primeiros compromissos oficiais. Só na estreia pelo Sevilla, lá em 2016, teve exatamente o mesmo desempenho da atual temporada.

Mas, naquela ocasião, o calendário não foi nem um pouco amigo do argentino. Seus três primeiros jogos foram contra Real Madrid (Supercopa da Europa) e Barcelona (Supercopa da Espanha), e ele saiu derrotado de todos eles. Depois, só voltou a perder um mês mais parte (para o Athletic Bilbao), já na décima partida no emprego.

Em todos os outros trabalhos de Sampaoli ao longo dos últimos 19 anos, o treinador sempre conquistou pelo menos metade dos "18 primeiros pontos colocados em jogo" (contando competições de mata-mata).

E, em algumas dessas passagens, o argentino chegou a ter largadas que beiraram a perfeição. No Atlético-MG, por exemplo, ganhou sete das oito primeiras partidas e só foi perder no nono compromisso oficial.

No Olympique de Marselha, seu penúltimo clube na Europa, o início também foi magistral. Dos primeiros sete jogos, o argentino ganhou cinco. Depois, não conseguiu manter esse nível de rendimento que lhe faria páreo até mesmo para o Paris Saint-Germain.

Sampaoli foi contratado pelo Flamengo como uma espécie de salvador da lavoura depois de um péssimo início de temporada do clube sob comando de Vítor Pereira. Com o português no banco de reservas, a equipe rubro-negra perdeu todos os títulos que disputou: Mundial de Clubes, Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana e Campeonato Carioca.

O atual campeão da Libertadores e da Copa do Brasil iniciou a quinta rodada do Brasileiro na zona de rebaixamento. Com três pontos conquistados em suas primeiras quatro apresentações, só estava à frente de Goiás, Coritiba e América-MG.

Na Libertadores, o time de Sampaoli ocupa a vice-liderança do Grupo A, com quatro pontos, três a menos que o Racing, primeiro colocado da chave. Já na Copa do Brasil, está nas oitavas de final e terá como próximo desafio o clássico contra o Fluminense, justamente o responsável por sua derrota na decisão do Estadual.

Flamengo (2023): 38,9% de aproveitamento
Sevilla (2022): 50% de aproveitamento
Olympique de Marselha (2021): 72,2% de aproveitamento
Atlético-MG (2020): 88,9% de aproveitamento
Santos (2019): 66,7% de aproveitamento
Argentina (2017): 66,7% de aproveitamento
Sevilla (2016): 38,9% de aproveitamento
Chile (2013): 72,2% de aproveitamento
Universidad de Chile (2011): 72,2% de aproveitamento
Emelec (2010): 50% de aproveitamento
O'Higgins (2008): 61,1% de aproveitamento
Sporting Cristal (2007): 61,1% de aproveitamento
Coronel Bolognesi (2006): 55,6% de aproveitamento
Coronel Bolognesi (2004): 0% de aproveitamento