Depois de a Operação Penalidade Máxima II tornar 16 envolvidos, entre eles sete jogadores, em réus, o escândalo caiu como uma bomba no futebol brasileiro. E reverberou na rodada desta semana.
Depois da vitória do Botafogo por 3 a 0 sobre o Corinthians, o lateral-esquerdo Marçal foi questionado na zona mista sobre o caso. Experiente, ele deu sua opinião e revelou que chegou a ser aliciado após uma partida contra o Flamengo após levar um cartão por reclamação.
Na entrevista, Marçal chegou a dizer o fato aconteceu no ano passado. No entanto, o cartão por reclamação foi em uma partida contra os rubro-negros neste ano, pelo Campeonato Carioca, quando foi expulso por xingar o árbitro.
Quando ligou o celular, o lateral revelou que a oferta de um aliciador chegou, mas fez questão de recusar. Segundo Marçal, as palavras ditas ao aliciador não poderiam ser reveladas em uma entrevista - deixando claro que xingou o autor da proposta.
"É triste porque acaba afetando o Campeonato Brasileiro, acaba tendo uma visibilidade negativa. É resumir como tristeza mesmo porque isso está acontecendo com jogadores que não precisavam disso, passa muito pelo caráter do jogador, e que haja a punição necessária para eles e que outros, que pensam que poderiam fazer isso daí, que eles pensem duas vezes antes porque, primeiro, a gente sabe que ser jogador de futebol é muito difícil, vocês sabem o quanto é difícil chegar no profissional, estar em um clube da Série A e, depois de toda essa luta, manchar por causa de um esquema, é ridículo. Espero que os jogadores respondam essas pessoas que mandam mensagem. Todos os jogadores receberam um certo tipo de convite, talvez uns não tão claros, outros dando a entender", começou por dizer.
"Com certeza (já recebi mensagem). Que as pessoas possam responder à altura e também mostrar, para a polícia ou para quem realmente deve, quem tem feito esses convites porque, se faz para você e você diz "não", com certeza está insistindo em não sei quantos. Talvez um ou outro acabe dizendo "sim", talvez pela situação menos boa no clube ou por um problema financeiro, porque o clube não está em dia (no salário), ou por qualquer motivo que seja, acaba pensando nesse tipo de coisa. Espero que os jogadores não pensem realmente, que esses jogadores que foram pegos nesse tipo de esquema sirvam de lição para outros, e que a gente possa ter um campeonato limpo, que é o mais importante", prosseguiu.
"No meu caso, por exemplo, foi no ano passado contra o Flamengo, que eu tomei um cartão por reclamação, não me lembro o lance. Perdemos o jogo, em casa, depois eu recebi uma mensagem no Instagram "Pô, Marçal, tomando cartão por reclamação, cara, mais vale ganhar dinheiro com isso, o que você acha?". E aí eu dei uma resposta que não se deve falar na TV e nunca mais tive contato. Comigo foi assim, com outros foi de outra maneira, e espero que o pessoal também possa investigar esse tipo de gente que acaba ganhando mais do que perdendo nessas apostas, porque realmente tem uma coisa ligada na outra", finalizou.
Goiás (F) - 14/05, 18h30 - Campeonato Brasileiro
Athletico-PR (F) - 17/05, 21h30 - Copa do Brasil
Fluminense (C) - 20/05, 18h30 - Campeonato Brasileiro
Juventude x Fortaleza
Goiás x Juventude
Ceará x Cuiabá
Red Bull Bragantino x América-MG
Botafogo x Santos
Palmeiras x Cuiabá
Eduardo Bauermann (Santos)
Gabriel Tota (Ypiranga-RS)
Victor Ramos (Chapecoense)
Igor Cariús (Sport)
Paulo Miranda (Náutico)
Fernando Neto (São Bernardo)
Matheus Gomes (Sem clube)
Vitor Mendes (Fluminense)
RiCruzeiro)
Nino Paraíba (América-MG)
Dadá Belmonte (América-MG)
Kevin Lomonaco (Red Bull Bragantino)
Moraes Jr. (Juventude)
Nikolas Farias (Novo Hamburgo)
Jarro Pedroso (Inter de Santa Maria)
Nathan (Grêmio)
Pedrinho (Athletico-PR)
Bryan García (Athletico-PR)
Bruno Lopez de Moura
Ícaro Fernando Calixto dos Santos
Luís Felipe Rodrigues de Castro
Victor Yamasaki Fernandes
Zildo Peixoto Neto
Thiago Chambó Andrade
Romário Hugo dos Santos
William de Oliveira Souza
Pedro Gama dos Santos Júnior
A investigação da "Operação Penalidade Máxima" aponta que grupos criminosos convenciam jogadores, com propostas que iam até R$ 100 mil, a cometerem lances específicos em partidas e causassem o lucro de apostadores em sites do ramo.
Um jogador cooptado, por exemplo, teria a "função" de cometer um pênalti, receber um cartão ou até mesmo colaborar para a construção do resultado da partida - normalmente uma derrota de sua equipe.
As primeiras denúncias ouvidas pela operação surgiram no fim de 2022, quando o volante Romário, então jogador do Vila Nova (GO), aceitou R$ 150 mil para cometer um pênalti contra o Sport, em partida válida pela Série B do Brasileiro.
Na ocasião, o atleta embolsou R$ 10 mil imediatamente e só ganharia o restante caso o plano funcionasse. Romário, porém, sequer foi relacionado para a partida, o que estragou a ideia.
A história chegou até Hugo Jorge Bravo, presidente do time goiano e também policial militar, que buscou provas e as entregou ao Ministério Público do estado. A partir daí, criou-se a operação "Penalidade Máxima" para investigar provas e suspeitas sobre o assunto.
Na primeira denúncia, havia a suspeita de manipulação em três jogos da Série B, mas os últimos acontecimentos levaram os investigadores a crer que o problema era de âmbito nacional e havia acontecido em campeonatos estaduais e também na primeira divisão do Brasileiro.
Além de Romário, outros sete jogadores foram denunciados pelo Ministério Público por participarem do esquema de fabricação de resultados: Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá), Gabriel Domingos (Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã) e Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR).
Nenhum jogador preso, só pessoas envolvidas nos pedidos de manipulação. Foram três mandados de prisão em São Paulo, mas só para não atletas.
Foram apreendidas granadas de efeito moral em um mandado de prisão em São Paulo a armas de fogo em outro endereço, também em terras paulistas. Nesse local, houve também um flagrante de armas de fogo sem o devido registro.
Os atletas ou aliciadores podem ser indiciados via Estatuto do Torcedor e também podem responder por crime por lavagem de dinheiro, se for o caso. Segundo o Estatuto do Torcedor, a pena varia de 2 a 6 anos de prisão.
Os atletas e envolvidos suspeitos estão sendo investigados por manipulação da seguinte forma: receber cartões amarelo ou vermelho, cometer um pênalti, garantir uma derrota parcial no 1º tempo, número de escanteios, etc.
1006 visitas - Fonte: ESPN
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