O Flamengo mais uma vez não teve uma grande atuação sob o comando de Jorge Sampaoli na vitória por 1x0 sobre o Grêmio na noite desta quarta-feira, mas o comandante rubro-negro fez um movimento tático interessante em busca de devolver a criatividade e oferecer mais conforto a determinados jogadores da equipe. Por cerca de 60 minutos, reativou o 4-3-1-2 que deu tão certo com Dorival Junior.
Antes de mais nada é importante frisar que o esquema ou plataforma tática escolhida para distribuir os jogadores em campo não quer dizer nada por si só. Ela não têm vida própria. E a boa execução da ideia vai depender do entendimento dos atletas sobre cada função, além das características deles utilizadas corretamente pelo treinador.
Sampaoli montou um meio-campo em losango com Pulgar como ''primeiro homem'' à frente da defesa, o mesmo papel que Thiago Maia fez na temporada passada. É a posição perfeita para o camisa 5 rubro-negro. Se impõe vencendo duelos. Faz coberturas, boas iniciações de jogadas, posiciona o corpo de forma correta para dar soluções rápidas ao receber sob pressão. Foi um dos responsáveis por reequilibrar o time entre defesa e ataque.
Como o Flamengo iniciou o jogo e ontem — Foto: Rodrigo Coutinho
Gérson e Victor Hugo foram os apoiadores à frente de Pulgar. O primeiro pelo lado esquerdo e o segundo pela meia-direita. Há, porém, uma diferenciação entre ambos no momento ofensivo pelas características dos laterais que atuam nos setores mais próximos.
Varela, e depois Matheuzinho, têm mais gás e velocidade para apoiar abertos, utilizando todo o corredor que fica disponível para os laterais neste esquema. Já Filipe Luís não. Então havia uma troca constante entre Filipe e Gérson. O lateral avançava por dentro, como se fosse um meio-campista em determinados momentos, e o ''Coringa'' dava mais amplitude pela esquerda. Isso não aconteceu em todos os ataques do Flamengo, mas foi uma variação feita de forma regular.
Arrascaeta foi o meia centralizado por trás da dupla de ataque formada por Gabigol e Bruno Henrique. Os três tiveram liberdade para se mexer aos setores do campo em que se sentem mais confortáveis, e este é um ponto interessante. Os melhores momentos do rubro-negro nos últimos anos vieram com tal realidade.
Jogadores do Flamengo comemoram gol no jogo contra o Grêmio — Foto: André Durão
Próximo dos 15 minutos da 2ª etapa houve uma mudança e aí o time retomou a formatação da maioria dos jogos com Sampaoli. Dois homens pelos flancos do ataque e uma figura mais centralizada. Saída de bola com três jogadores mais nítida envolvendo os zagueiros e Filipe Luís.
Não se sabe se o técnico argentino repetirá a estratégia nos próximos jogos. Já utilizou esse mesmo esquema em momentos pontuais de outros trabalhos que fez na carreira.
A execução da proposta deixou a desejar em virtude de outros problemas que o time já carrega nos últimos meses, mas é bom observar com atenção esse movimento tático. Pode acabar se aproximando daquilo que os principais jogadores do elenco se sentem confortáveis para fazer.
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