Teve início na tarde desta sexta-feira, na sede do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ/RJ), audiência para tratar do tragédia do Ninho do Urubu, que matou 10 adolescentes integrantes das divisões de base do Flamengo em 8 de fevereiro de 2019.
Trata-se de apuração a respeito de incêndio culposo, quando não há a intenção de matar. As testemunhas de acusação começam a prestar depoimento nesta sexta-feira.
Oito réus foram convocados para a sessão desta sexta no TJ, entre eles está o ex-presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello . Antonio Marcio Mongelli Garotti, Claudia Pereira Rodrigues, Danilo da Silva Duarte, Edson Colman da Silva, Fábio Hilário da Silva, Marcelo Maia de Sá e Weslley Gimenes são os outros sete.
Tragédia vista do alto: o incêndio no Ninho do Urubu — Foto: Agência Estado
O presidente do Flamengo , Rodolfo Landim, e o vice-geral Rodrigo Dunshee de Abranches, testemunhas de acusação no caso, comparecerão em próximas audiências.
Funcionários e ex-funcionários do Flamengo foram convocados para depoimento. O CEO do clube, Reinaldo Belotti, marcou presença e voltou a lamentar o ocorrido. O advogado Alexandre Wrobel, que ocupou a vice-presidência de patrimônio com Patrícia Amorim e Eduardo Bandeira de Mello, também foi ao local.
- Isso é um episódio que ficou marcado nos nossos corações, não só pela diretoria como de quem é rubro-negro. Mas conseguimos resolver os problemas que existiam, então, vida nova.Essa tristeza não se apaga, ela continua. O que podemos fazer é aprender com os problemas que nós tivemos, mudar nossos procedimentos e fazer melhor doravante para garantir que episódio como esses jamais se repitam - disse Belotti.
Benedito Ferreira, segurança que ajudou a salvar a vida de outros integrantes da base rubro-negra, também esteve presente.
A sentença não será dada pelo juiz ainda nesta sexta-feira.
Os Garotos do Ninho que morreram no incêndio são os seguintes:
A família de Christian Esmério é a única que ainda não fechou acordo com o Flamengo.
Os réus
Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo , é um dos réus no processo. Foi ele quem assinou todos os contratos de compra dos contêineres que pegaram fogo. Em 2014, Bandeira de Mello chegou a ser notificado pelo Ministério Público e pelo Ministério Público do Trabalho pra regularizar a situação considerada precária pelas autoridades.
De acordo com o MP, Bandeira de Mello optou por não cumprir as determinações de adequação do espaço, como o sistema de prevenção de incêndio devidamente certificado pelo Corpo de Bombeiros. Os promotores dizem que Bandeira tinha ciência do estado de clandestinidade dos contêineres.
O advogado Rafael Kullmann, que defende Bandeira de Mello, disse acreditar que "a Justiça inicia o caminho em direção à verdade", em que ficará comprovada a inocência de seu cliente.
O ex-diretor do Flamengo , Antonio Marcio Mongelli e Garotti, também se tornou réu.
Quatro representantes da Empresa Novo Horizonte Jacarepaguá importação e exportação, a NHJ, também são réus: Claudia Pereira Rodrigues, por ter fornecido os módulos onde dormiam os atletas, segundo o MP, em desacordo com a finalidade anunciada e ainda os engenheiros Fábio Hilario da Silva, Danilo da Silva Duarte e Weslley Gimenes, responsáveis pela fabricação, montagem e instalação dos contêineres.
Também foi denunciado Edson Colman da Silva, sócio da Colman Refrigeração, que realizava a manutenção nos seis aparelhos de ar condicionado dos módulos.
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