A grande decisão no Maracanã entre Flamengo e Atlético Paranaense foi cheia de percalços para os torcedores que foram ao estádio. Com uma câmera escondida, a reportagem do SporTV flagrou vários problemas e algumas irregularidades do lado de dentro e também nas imediações da praça esportiva. No "Redação Sportv", os jornalistas da bancada comentaram a matéria e apontaram ainda outros problemas.

No início da tarde da quarta, o SporTV flagrou a ação de cambistas que ofereciam um negócio inusitado: o torcedor compra o ingresso, mas só paga depois de conseguir entrar dentro do estádio. Por outro lado, na chegada à estação Maracanã, o balanço de quem veio de metrô foi tranquilo. Já alguns ambulantes tiveram mercadorias apreendidas pela Guarda Municipal. Enquanto na entrada dos portões E e F, torcedores forçaram a entrada e aconteceu confusão.

Dentro do Maracanã, longas filas durante o intervalo para usar o banheiro masculino. Muitos torcedores reclamando, alguns se aliviaram fora do banheiro mesmo, deixando o chão molhado com uma mistura de água e urina, um problema do velho Maracanã bem longe do padrão FIFA. A produção do Canal Campeão mostrou também que as lanchonetes não entregavam nota fiscal e registrou também que nas arquibancadas muitos torcedores não respeitavam os corredores de circulação. Em alguns setores, os locais estavam lotados de pessoas.

O Maracanã teve um público de 68.857 pessoas presentes, mas alguns torcedores, na confusão da entrada, ficaram com ingressos na mão do lado de fora do estádio, sem conseguir entrar. É o que conta um sócio-torcedor abordado pela reportagem do SporTV.
- Superlotação dentro do estádio? Como é que é superlotação se eu tenho um ingresso? O torcedor que está aqui, não é um torcedor comum não! É um torcedor do dia a dia do Flamengo, paga a mensalidade e está junto com o Flamengo todo dia. Não é só aqui não. Eu viajo para tudo quanto é lugar, e na final...na minha casa...sou carioca, moro na Vila da Penha, não consegui ver o meu Flamengo - afirmou revoltado o torcedor, mostrando seu ingresso.

O Jecrim avalia que, para um evento dessas proporções, o balanço não foi negativo.
- Não foi relatada nenhuma briga, nenhum fato de agressão. Acho que o relato da noite de hoje é bastante positivo. Nós tivemos um caso de um cambista, apreendido com quase nove mil reais, com máquina de cartão de crédito. Esse é um caso que chama bastante atenção. Parece que existem registros de torcedores que não conseguiram entrar. Isso vai ser decidido no próprio Juizado do Torcedor, no que se refere ao âmbito cível e uma eventual indenização, perdas e danos - afirmou o promotor do Jecrim, Marcos Caqui.
Segundo a Guarda Municipal do Rio de Janeiro cerca de 1400 itens foram apreendidos nas cercanias do Maracanã. Além disso, mais de 300 carros foram multados ou rebocados. Já sobre a ausência de nota fiscal nas lanchonetes, o Consórcio Maracanã responde que as lojas estão isentas de emitir nota fiscal pois só funcionam em eventos esportivos e não há essa obrigatoriedade. Já sobre as condições dos banheiros, o Consórcio diz que conta com 400 profissionais responsáveis pela limpeza e conta com a colaboração dos torcedores para manter o estádio limpo. Em relação aos torcedores com ingressos que não conseguiram entrar, o Consórcio afirma que a decisão de fechar os portões antes do fim do primeiro tempo foi da Polícia Militar.