Sem confiança para arriscar e plano coletivo para aproveitar a gigante superioridade técnica que possui sobre o adversário, o Flamengo chegou ao quarto jogo sem vitória dos últimos cinco que fez em 2023. A sensação é de que uma reviravolta diante do São Paulo, no próximo domingo, mesmo com a derrota por apenas um gol de diferença na conta, está perto do impossível.

Escalações

Armando Evangelista não contou com o volante Willian Oliveira, e Luis Oyama foi o escolhido para atuar. Everton Morelli acabou recuado para jogar à frente da defesa. No ataque, Matheus Babi foi a opção para o desfalque de João Magno.

Já Jorge Sampaoli, sem Wesley, Léo Pereira, Filipe Luís, Allan, Pulgar e Gabigol, montou a equipe num 4-3-3. Rossi estreou na vaga de Matheus Cunha, que foi para o banco. Pablo foi o escolhido em detrimento a David Luiz. Matheuzinho iniciou na lateral-direita, e Everton Ribeiro recebeu nova chance.

O jogo

O 1º tempo na Serrinha foi certamente a pior etapa da atual edição do Brasileiro. Goiás e Flamengo protagonizaram um duelo incrivelmente pobre. Para o nível do Esmeraldino, que busca um jogo baseado em contragolpes e não tem alto poder de investimento, é até compreensível. Mas para o rubro-negro, nova decepção numa temporada marcada por esse sentimento.

Como era de se esperar, o time da casa se fechou no próprio campo, negou o acesso às imediações da sua área, e os cariocas simplesmente não souberam o que fazer para progredir. Ficaram trocando passes na intermediária, a maioria entre os zagueiros e Thiago Maia, até errar e ceder o contragolpe a um impreciso Goiás.

Sampaoli enfim liberou Ayrton Lucas para atacar mais aberto pela esquerda. Bruno Henrique e Everton Ribeiro tinham a missão de se aproximar de Pedro por dentro. Matheuzinho dava amplitude pela esquerda. Gérson e Victor Hugo buscavam armar um pouco mais de trás. A total ausência de sintonia entre os jogadores e os movimentos sem intensidade chamaram a atenção. Nada aconteceu!

O cenário causou muitos erros de passe ao tentar verticalizar o jogo quase que desesperadamente. O Goiás poderia ter tido mais criatividade se errasse menos na parte técnica e nas tomadas de decisão ao ter a oportunidade de puxar contragolpes com espaços. Foram apenas três finalizações ao todo antes do intervalo. Nenhuma delas chegou perto de levar o menor perigo.

Palácios foi a cartada de Armando Evangelista no intervalo para tentar fazer sua equipe acertar a puxada de contragolpe e ganhar poder de retenção de bola. O apático Sampaoli manteve a proposta da 1ª etapa. Como não havia como piorar, a partida ficou mais movimentada com a melhora nos lados esquerdos das equipes.

Gérson e Bruno Henrique passaram a se entender melhor pelo Flamengo, geraram volume a algo que estava totalmente inerte. Já no Goiás, Palácios e Hugo tiveram boas interações em velocidade e Rossi precisou trabalhar pela primeira vez com a camisa rubro-negra.