Hugo buscou ajuda psicológica após pancadas no Flamengo e desabafa: "Comigo tudo tomou uma proporção maior do que o esperado"

11/10/2023 10:04

Hugo buscou ajuda psicológica após pancadas no Flamengo e desabafa: "Comigo tudo tomou uma proporção maior do que o esperado"

Hugo buscou ajuda psicológica após pancadas no Flamengo e desabafa: Comigo tudo tomou uma proporção maior do que o esperado
  • Vladimir Bianchini
  • 11 de out, 2023, 06:00
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  • Atualmente no Chaves , de Portugal, Hugo Souza inicia sua trajetória no futebol português após um começo promissor no Flamengo e passagens por altos e baixos no time carioca, onde conquistou títulos e fama. Agora, o goleiro vê um novo caminho no "Velho Continente".

    E o sentimento é de muita gratidão após momento delicado no clube da Gávea, onde não teria muito espaço após a contratação de concorrentes para a posição. Agora, após nove jogos na Europa, Hugo vibra com a realização do desejo profissional.

    "Todo mundo tem o sonho de jogar na Europa, e o Chaves abriu as portas para mim em um momento em que teria poucas oportunidades de jogar no Flamengo. Precisava sair e jogar. O Chaves foi um clube que concretizou tudo o que falou na negociação", disse ao ESPN.com.br .

    Ele já foi titular em nove jogos da equipe que faz campanha de recuperação no Campeonato Português . Após começar na lanterna, o Chaves conquistou duas vitórias seguidas e subiu para a 14ª posição.

    "Eles foram muito sinceros e acreditamos no projeto deles. Isso me fez tomar essa decisão. Aconteceu no começo do ano a oferta do Vissel Kobe e também teve uma do Estoril. Mas tomei a decisão por ser o melhor projeto da carreira. Aqui é mais perto para visitar minha família ou trazer eles para cá. Família pesou bastante na época do Vissel", completou.

    Promovido ao profissional do Flamengo em 2020 para "socorrer" um time remendado por conta de um surto de COVID, Hugo Souza deixou o clube no meio deste ano, após vivenciar um verdadeiro furacão no Ninho do Urubu por conta das críticas.

    Os problemas aumentaram principalmente por conta da cobrança que passou a receber após uma falha contra o São Paulo , nas quartas de final da Copa do Brasil de 2020. No Maracanã, com a partida empatada em 1 a 1, Hugo recebeu uma bola recuada, tentou driblar Brenner e perdeu a bola, no lance que definiu a derrota.

    Ainda naquele ano, Hugo foi o goleiro titular do Flamengo campeão do Brasileirão em virtude de um momento de instabilidade física de Diego Alves. No ano seguinte, chegou a ser o quarto goleiro antes de ser efetivado por Paulo Sousa como titular absoluto. No período, alternou bons e maus momentos antes de perder espaço com a chegada de Santos.

    Depois de viver toda a turbulência, ele procurou ajuda psicológica. Além de uma saída para Portugal, ele precisava de algo mais para dar a volta por cima. E procurar um profissional da área para cuidar do emocional foi o grande diferencial para Hugo voltar a ter paz e encarar uma nova fase no futebol.

    "Depois de um tempo procurei acompanhamento psicológico, não tem tanto tempo. Geralmente fazia muitas reuniões com meu pastor, que é meu amigo e me ajudava muito nisso. Só que é diferente quando você consegue ser acompanhado por um profissional da área. Tenho um acompanhamento de perto e vejo uma diferença muito grande. Tem me ajudado bastante. Tive que me manter forte porque a pressão no Flamengo é grande. Quando vem as pancadas de fora da torcida e da mídia, é forte. A mesma torcida e a mídia que te colocam lá em cima quando você faz um bom jogo, te derrubam quando você não vai tão bem e não alcança as expectativas", desabafo Hugo, completando.

    "Tenho bons números pelo Flamengo: são 71 jogos e títulos conquistados, mas isso foi fruto de um trabalho. Também tive momentos ruins e falhas como qualquer outro jogador. Comigo tudo tomou uma proporção um pouco maior do que o esperado, mas também porque as pessoas esperavam mais de mim. Tive que me manter forte e procurar ajuda nas pessoas que amo para chegar até aqui e fazer um bom trabalho".

    Em longo papo com o ESPN.com.br , Hugo falou também sobre a nova fase na carreira, no Chaves. Como surgiu a ida para Portugal e toda a expectativa que tem nesse início de trajetória no Velho Continente.

    Veja a entrevista completa com Hugo Souza:

    Como surgiu o Chaves na tua vida? Você teve antes ofertas do Vissel Kobe e do Estoril, mas não saiu... Todo mundo tem o sonho de jogar na Europa, e o Chaves abriu as portas para mim em um momento em que teria poucas oportunidades de jogar no Flamengo. Precisava sair e jogar. O Chaves foi um clube que concretizou tudo o que falou na negociação. Eles foram muito sinceros e acreditamos no projeto deles. Isso me fez tomar essa decisão. Aconteceu no começo do ano a oferta do Vissel Kobe e também teve uma do Estoril. Mas tomei a decisão por ser o melhor projeto da carreira. Aqui é mais perto para visitar minha família ou trazer eles para cá. Família pesou bastante na época do Vissel.

    Como foi voltar a jogar depois de ficar um tempo sem atuar? Não sentiu a falta de ritmo? A estreia sempre dá um frio na barriga e ansiedade. Fiquei feliz com o desempenho porque fiz muitos amistosos de pré-temporada. Isso me deixou muito confiante e tranquilo. Entendi que precisava fazer e foi muito bom. Minha atuação individual foi boa e consegui o prêmio de melhor em campo. Foi o reconhecimento de um trabalho bem feito. Me cobro bastante para ter o melhor nível. Espero que a temporada toda seja daqui para cima.

    Fale sobre a vida em Portugal... É totalmente diferente. Vim para cá com a minha namorada. Estava acostumado com o Rio, que tem muitas coisas para fazer, e estava perto da minha família. Aqui é uma cidade pequena e acolhedora, só futebol. É treino e casa. Pessoal me acolheu muito bem e na rua sempre recebo palavras de incentivo. A galera do clube é sensacional e me abraçou. Isso facilitou para desempenhar o bom futebol.

    Qual a situação contratual? Pretende ficar por aí? Estou emprestado por uma temporada ao Chaves. Minha vontade é permanecer. O Flamengo é meu clube de coração e me fez ser profissional e fez parte da minha formação como pessoa. Acredito que tenho potencial para conseguir grandes coisas na Europa, jogar em grandes clubes. A ideia é priorizar minha carreira e fazer bons jogos para ficar aqui ou conseguir ir para uma situação melhor para mim. A ideia é trabalhar para mostrar meu potencial e ficar.

    Você passou por muitos problemas depois que subiu ao time profissional do Flamengo? Você procurou algum tipo de acompanhamento psicológico para superar isso? Depois de um tempo procurei acompanhamento psicológico, não tem tanto tempo. Geralmente fazia muitas reuniões com meu pastor, que é meu amigo e me ajudava muito nisso. Só que é diferente quando você consegue ser acompanhado por um profissional da área. Tenho um acompanhamento de perto e vejo uma diferença muito grande. Tem me ajudado bastante. Tive que me manter forte porque a pressão no Flamengo é grande. Quando vem as pancadas de fora da torcida e da mídia, é forte. A mesma torcida e a mídia que te colocam lá em cima quando você faz um bom jogo, te derrubam quando você não vai tão bem e não alcança as expectativas. Tenho bons números pelo Flamengo: são 71 jogos e títulos conquistados, mas isso foi fruto de um trabalho. Também tive momentos ruins e falhas como qualquer outro jogador. Comigo tudo tomou uma proporção um pouco maior do que o esperado, mas também porque as pessoas esperavam mais de mim. Tive que me manter forte e procurar ajuda nas pessoas que amo para chegar até aqui e fazer um bom trabalho.

    Como você vê esse trabalho psicológico nos clubes? O próprio Flamengo não tinha isso desde o Jorge Jesus... É algo que ajuda a desenvolver quando consegue trabalhar bem a mente, o corpo responde melhor e faz o que você quer. Isso é muito importante, trabalho mental porque a mente comanda o corpo. É difícil fazer boas ações quando a mente não está boa. Acredito que os clubes precisam investir nisso, mas os próprios jogadores precisam ir atrás pessoalmente. Foi o que fiz.

    Quais os momentos mais especiais que viveu no Flamengo? Eu vivi grandes momentos, graças a Deus. Minha estreia contra o Palmeiras foi um momento marcante. Teve um jogo na Arena da Baixada contra o Athletico-PR pela Copa do Brasil que fui eleito o melhor em campo. Fiz a defesa mais bonita da minha vida. E as conquistas, porque estive presente em várias. Isso é história do clube. Quando as pessoas forem ver, meu nome está lá. Estou no futebol para deixar o meu legado.

    Quais foram os treinadores mais marcantes? Tive bastante treinadores no Flamengo. Subi em 2019 e estreei com o Domènec (Torrent), que me ajudou bastante, apostou em mim para continuar jogando. Continuei jogando como Rogério Ceni porque o Diego Alves teve lesões e fomos campeões brasileiros, sou grato também. O Renato Gaúcho me ajudou bastante porque estava como terceiro goleiro. Ele me abraçou e disse: ‘Quero que você esteja bem na hora que precisar de você e esteja pronto'. Isso me deu força para reagir para passar por cima de tudo e voltei a jogar. Mas, com certeza, a passagem do Paulo Sousa me marcou porque tive um período que fui titular por escolha do treinador, não por lesões. Foi um período longo e me deixou muito feliz. O treinador de goleiros Paulo Grillo é um grande amigo. Eu amo de coração a família dele. Está guardado para sempre.

    Quais os momentos mais complicados que viveu? O momento mais complicado foi a falha contra o São Paulo (pela Copa do Brasil no Maracanã), que ficou marcada. Depois disso, as pessoas rotularam que eu não sabia jogar com os pés. Claro que todos temos que evoluir, mas isso me machucou porque foi uma falha que parece que apagou tudo: os títulos, as boas defesas e os bons jogos. Essa era a minha tristeza. Por mais que o tempo passasse e fizesse bons jogos, isso me marcou. Mas é normal, isso é bom porque eleva nosso nível. A final da Supercopa do Brasil também foi chocante para mim porque tinha certeza que seríamos campeões e fiz um bom jogo. Perdi o pênalti e me fizeram aprender bastante. Mas tenho muito mais momentos bons do que ruins. A quantidade de momentos bons nem se compara com a dos momentos ruins.

    De todos os títulos que venceu qual foi o mais especial? O título mais especial foi o Brasileiro de 2020 por ter jogado o campeonato quase todo. A Libertadores e a Copa do Brasil de 2022 também porque participei de alguns jogos. Vencer a Libertadores é algo que todos querem e estava ajudando a equipe. Por mais que não tenha jogado as fases finais, eu fiquei feliz. Em 2019 também foi legal porque estava no elenco presente, mesmo não tendo jogado.

    Você ainda vê os jogos do Flamengo? Sempre que posso acompanho os jogos do Flamengo. É parte da minha vida e nunca vou deixar de ter o lado torcedor. Minha relação com o Flamengo é de amor e carinho. Os poucos momentos ruins são pequenos perto de tudo de bom que passei. Aprendi com os momentos ruins e tenho colocado em prática, mas os momentos bons ficam na história. Isso que importa.

    518 visitas - Fonte: espn


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