O meia fez a diferença nos jogos contra Cruzeiro e Vasco. Fez gol, mudou de posição e ajudou o time a ser mais criativo no ataque. Um leque de papéis que comprovam a versatilidade do meia, contratação de impacto no ano, mas que não jogou bem com Vítor Pereira e teve poucas chances com Sampaoli.

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O renascer com o ex-treinador da seleção brasileira também envolve um recorde pessoal: Gerson chegou a seis gols em 2023, um a mais do que no ano de sua estreia pelo time profissional do Fluminense, em 2015.

Tudo em ao menos três papéis no esboço de Tite para ao time.

No duelo contra o Cruzeiro, Tite montou o Flamengo num 4-2-3-1, com uma linha de meias formada por Bruno Henrique, Gérson e Éverton Ribeiro atrás de Pedro. O Coringa teve a função de meia central e jogou mais próximo da área, com a intenção de entrar nos espaços vazios e receber as bolas vindas de Ribeiro, que voltou ao time na função de "falso ponta".

Não deu certo. O Flamengo fazia um jogo pouco criativo e muito dependente da movimentação de Ribeiro pela direita. Gerson não conseguiu encontrar espaço em campo para jogar e ficou preso na marcação dos volantes do Cruzeiro: não conseguia receber a bola, nem chegar na área de surpresa.

Foi a vez de Tite agir. Ao final do primeiro tempo, o treinador trouxe Éverton Ribeiro para o centro e posicionou Gerson como meia aberto pela direita, função em que jogou com Sampaoli na França. Deu certo. Longe da marcação dos volantes, o Coringa encontrou espaço para jogar e movimentação ao seu redor, com Ribeiro encostando para triangular e Wesley ultrapassando.

Foi exatamente assim que nasceu o lance do pênalti no segundo gol.

O novo treinador rubro-negro explicou a mudança citando a necessidade de reter mais a bola pela esquerda e aumentar a movimentação com dois articuladores mudando de posição no outro lado. Equilíbrio.

Motivado pelo bom desempenho em Minas, Tite não titubeou ao manter o Coringa como meia pela direita no 4-2-3-1 do Flamengo, que teve a volta de Arrascaeta contra o Vasco e Bruno Henrique na ponta esquerda.

Tinha tudo para dar certo, mas o jogo mostrou um contexto diferente. Gerson não conseguia acionar os colegas como no jogo anterior pela marcação dura e dobrada que o adversário fez. Será que Ramón Díaz observou o mesmo que Tite? Fato é que o meia ficou preso no lado, sem acionar a passagem de Wesley e dependente do apoio de Thiago Maia para criar uma combinação pelo setor.

Hora de Tite novamente entrar em ação. Aos 28 minutos da etapa final, Luiz Araújo substituiu Bruno Henrique e entrou pelo lado direito. Gerson foi deslocado para a esquerda. A melhora foi imediata. Os espaços que antes não apareciam estavam lá, e os companheiros se apresentavam mais para o jogo: Ayrton Lucas, Maia e Gabigol.

Os três criaram a jogada do gol que decidiu o jogo: Gerson tocando no vazio para Thiago Maia, que aciona Gabigol, finaliza e vê a bola sobrar justamente com o Coringa, que entra de surpresa na área.

O duelo contra o Vasco é um exemplo das muitas funções que o meia faz. Gerson foi recuado para a posição de volante por Jorge Jesus no Flamengo, mantido assim por Rogério Ceni e depois devolvido à meia por Sampaoli na França. Tite parece ter visto todas essas posições ao elogiar o jogador.

Contra o Grêmio, o "Joker Rubro Negro" terá uma nova chance de mostrar sua versatilidade. O provável time terá ele junto de Arrascaeta e Everton Cebolinha atrás de Pedro no 4-2-3-1 de Tite.

Resta saber onde. Pelo centro? Nos lados? Como volante? Ou um pouco de tudo?

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