Pode ser algo sem importância, como dizer que o Carioca é o Estadual mais forte do país. Pode ser também puro interesse pessoal, como levar o filho, com pouca experiência, para ser seu auxiliar na seleção brasileira . E ainda tudo pode ser pior: como dizer que não tem "todos os fatos e as informações verdadeiras a respeito" da condenação de Daniel Alves por estupro na Espanha. Tite, como todo ser humano, faz e fala besteiras. Mas algumas muito pesadas ele poderia evitar simplesmente lendo mais. E nem precisaria desse tempo todo. Bastava ler a lista dos participantes do Paulista para não falar que o Carioca era mais forte (neste caso, pelo menos ele se retratou) . Era só ler o Código de Ética da CBF vigente em 2016, quando foi contratado para ser o técnico da seleção, que Tite saberia que não poderia indicar seu filho para a comissão técnica.
Leitura de um só parágrafo: "Contratar parentes como seus funcionários, em qualquer modalidade. Essa restrição se aplica também a quaisquer indivíduos com relações de parentesco de segundo grau com outros gestores e executivos da CBF e seus conselhos e comissões. No caso de contratação de parentes de patrocinadores, franqueados, investidores da CBF ou de outros órgãos gestores e normativos do futebol, mesmo que sempre fortemente desaconselhada, é permitida desde que exista aprovação institucional da CBF e, sem exceção, da parte externa potencialmente afetada pelo conflito de interesse."
Mas é com Daniel Alves que Tite vai ter no currículo grandes mancadas da sua carreira. Tudo bem. Dizer ainda na Copa do Qatar, e antes do estupro em uma boate de Barcelona, que o lateral "transcende o futebol" foi só um ponto baixo do "Titês". Mas falar de falta de "fatos e informações" sobre o estupro é nojento. Todos os "fatos e informações" estão na sentença de 61 páginas , disponível no site da Justiça espanhola. A leitura iria demorar um pouco mais, mas tudo está lá para não existir dúvida alguma sobre a culpa de Daniel Alves.
Tite tem o direito até de não querer falar sobre seu ex-jogador. Mas não pode alegar falta de "fatos e informações".
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