O Flamengo enfrenta o Bolívar, nesta quarta, às 21h30, pela Libertadores, e desembarca em um país onde tem um famoso xará. O Flamengo de Sucre sonha em chegar à primeira divisão nacional, mas vive realidade financeira bem diferente da "matriz" brasileira. O futebol do clube é administrado há quatro anos pelo empresário Andrés Maturano. Houve uma tentativa recente de devolver a gestão devido à realidade financeira, mas as conversas ainda não foram à frente. "O futebol, no nosso patamar, não é lucrativo. Pagamos do bolso e não há um retorno. Fazemos por amor. A folha salarial gira em torno de R$ 25 mil, R$ 30 mil. Mas isso, para nós, é muito dinheiro. Então, passamos a administração a um empresário que tem mais recursos, mas, até para ele ficou pesado, e nós não temos condições de pegar de volta", contou Juan Ortega Matienzo, ex-presidente do clube.
O Flamengo de Sucre busca fontes de receita para manter as contas em dia. Há a busca por patrocínios, mas ainda sem uma grande oferta. "Conversamos com algumas empresas, mas Sucre é uma região muito humilde. Não se tem muito dinheiro. Uma das maiores ofertas que recebemos foi de um patrocínio de R$ 5 mil por ano. Esse é o principal problema do futebol regional em geral, são pouquíssimas instituições que ajudam com patrocínio. Quando tem, não chega nem a 3% das despesas gerais", contou.
O xará do Flamengo joga uma divisão regional. Eles conseguiram a classificação para a próxima edição da Copa Simón Bolívar, uma espécie de segunda divisão nacional, e um dos caminhos para conseguir alcançar a elite do futebol boliviano. A sede do Flamengo de Sucre também é uma embaixada do clube carioca. O Rubro-Negro tem "consulados e embaixadas" ao redor do mundo. Um grupo formado por 10 torcedores se organizou para ir a La Paz acompanhar o jogo desta noite: "As passagens têm um custo alto para as pessoas da região. Conseguimos um microônibus e devemos ir em 10 para La Paz. Tenho certeza que o Flamengo vai fazer um bom jogo".
O Flamengo de Sucre já teve contatos com o Flamengo brasileiro. Em 2012 houve um encontro quando o Rubro-Negro foi à cidade para se preparar para enfrentar o Real Potosí, pelas oitavas de final da Libertadores. Estrela daquela equipe, Ronaldinho Gaúcho recebeu um convite. À época, ele foi chamado para apadrinhar uma escolinha do clube boliviano, mas a ideia não foi adiante. O Rubro-Negro doou alguns materiais ao xará. Em parceria com a Olympikus, então fornecedora de material esportivo, foram deixados itens como camisas de jogos e de treinos, shorts e meiões. Parte deste material foi vendido posteriormente para poder arcar com algumas despesas. Uma parceria comercial chegou a ser ventilada, mas as conversas não caminharam.
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