Após a 25ª rodada do Campeonato Brasileiro , o futebol nacional entrou no período da Data Fifa, com atletas que atuam na país sendo convocados para representar suas seleções. Os intervalos podem durar entre 10 (caso o time esteja disputando a Copa do Brasil ) e 14 dias (para as equipes que retornarão somente na 26ª rodada do Brasileirão). Mesmo com a sequência sem partidas, os clubes, após um breve hiato de descanso, voltam à rotina de treinamentos, com um benefício para o aspecto físico dos jogadores.
Segundo Rodrigo Nascimento, fisioterapeuta esportivo associado à SONAFE Brasil (Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e da Atividade Física), o calendário extenso e de pouco período de recuperação prejudica a regeneração completa dos atletas, com o intervalo da Data Fifa sendo importante. “Tendo em vista o tempo insuficiente de recuperação, considerando o desgaste das partidas, viagens e distâncias percorridas entre um local de um jogo e outro, esse período pode ser significativamente positivo no que diz respeito ao tempo para regeneração, pois há uma grande oportunidade para recuperar totalmente os atletas em suas valências fisiológicas e psicológicas”, explica.
Para Flávia Magalhães, médica com 20 anos de experiência no esporte e que já trabalhou com clubes, CBF e Conmebol, assim como pensa Rodrigo Nascimento, há benefícios e desvantagens que a Data Fifa traz aos jogadores. "O lado positivo é que esse intervalo sem jogos permitirá que os jogadores se recuperem do desgaste físico acumulado ao longo da temporada e façam trabalhos preventivos, corrigindo alterações identificadas ao longo das avaliações e que possam gerar lesões. Além disso, a comissão técnica ganha um prazo maior para aprimorar aspectos táticos e estratégicos, a fim de potencializar o desempenho da equipe. Também é possível fazer atividades específicas que, em meio à maratona de jogos, seriam inviáveis”, disse.
“A principal perda nesse cenário é relacionada ao ritmo de jogo. Pode ter queda de motivação para alguns jogadores e pode levar um tempo para a retomada do ritmo intenso de uma partida. Há também um acúmulo de cansaço, especialmente para atletas que viajam longas distâncias e vivenciam fusos horários distintos. Outra questão é que a sobrecarga aumenta o risco de lesões, e a pressão e a intensidade das Eliminatórias pode impactar também a saúde mental e física dos jogadores, que já estão constantemente sob estresse e sob a exigência de uma alta performance”, complementa a médica.
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