O fair play financeiro tem se tornado um tema relevante no futebol brasileiro, especialmente com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e os clubes discutindo novas diretrizes para sua implementação. Um estudo realizado pela consultoria SportsValue, considerando o desempenho financeiro dos clubes nos últimos três anos (2022, 2023 e 2024), revelou preocupações significativas sobre a saúde financeira de várias equipes.

De acordo com a metodologia da consultoria, nove clubes apresentaram resultados insatisfatórios, reincidindo em déficits acima do limite estipulado de R$ 20 milhões por ano. Os clubes que não cumpriram com os requisitos de controle financeiro foram: Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Grêmio, São Paulo, Santos e Vasco. Cada um desses clubes teve um déficit significativo ao longo do período analisado.

A tabela abaixo destaca o déficit médio de cada clube nos últimos três anos:

• Botafogo SAF: R$ 200,4 milhões

• Bahia SAF: R$ 130,1 milhões

• Atlético-MG SAF: R$ 117 milhões

• São Paulo: R$ 104,1 milhões

• Vasco da Gama SAF: R$ 101,2 milhões

• Corinthians: R$ 55,1 milhões

• Santos: R$ 31,3 milhões

• Grêmio: R$ 26,9 milhões

Além desses, outros clubes, como Coritiba SAF, Vitória e Ceará, também apresentaram déficits, mas conseguiram ficar dentro do limite de R$ 20 milhões negativos.

Em contraste, dez clubes demonstraram uma gestão financeira mais eficaz, operando no "verde" e apresentando superávits nos últimos três anos. Entre eles, Athletico-PR e Flamengo se destacaram, cada um com um superávit de R$ 151,5 milhões. O Palmeiras, com um superávit de R$ 75 milhões, seguiu na lista, acompanhado pelo Internacional com R$ 45 milhões e Cuiabá SAF com R$ 42,6 milhões.

A tabela final resume a situação financeira dos clubes segundo o estudo:

• Athletico-PR: 151,5 milhões

• Flamengo: 151,5 milhões

• Palmeiras: 75,0 milhões

• Internacional: 45,0 milhões

• Cuiabá SAF: 42,6 milhões

• Fluminense: 28,6 milhões

• Red Bull Bragantino Ltda: 26,7 milhões

• Cruzeiro SAF: 21,9 milhões

• Fortaleza SAF: 6,1 milhões

• Atlético-GO SAF: 3,5 milhões

• Ceará: -4,2 milhões

• Vitória: -10,2 milhões

• Coritiba SAF: -14,7 milhões

• Grêmio: -26,9 milhões

• Santos: -31,3 milhões

• Corinthians: -55,1 milhões

• Vasco da Gama SAF: -101,2 milhões

• São Paulo: -104,1 milhões

• Atlético-MG SAF: -117,0 milhões

• Bahia SAF: -130,1 milhões

• Botafogo SAF: -200,4 milhões

A situação financeira dos clubes brasileiros, refletida neste estudo, destaca a necessidade urgente de um fortalecimento da gestão financeira e do controle de gastos para garantir a sustentabilidade a longo prazo do futebol no Brasil.