Os 3.660 metros de altitude da cidade de La Paz, onde o Flamengo enfrenta o Bolívar nesta noite, costumam causar pesadelo nos jogadores brasileiros. Agora, imagine a situação do goleiro, que sente na pele a dificuldade do ar rarefeito a cada chute no seu gol. Em entrevista exclusiva, direto da concentração do Rubro-Negro na Bolívia, Felipe falou de sua preocupação para esta noite, em jogo válido pela quarta rodada da Libertadores.

Você já jogou uma vez na altitude, justamente com o Flamengo. Qual lembrança tem?
A pior possível. Joguei aqui mesmo na Bolívia, em 2012, contra o Real Potosi. Perdemos por 2 a 1 e lá consegue ser mais alto do que aqui, em La Paz.

Mas qual a dificuldade para o goleiro, que não precisa correr?
É muito difícil por causa da bola, que fica completamente estranha. Ela se torna muito mais leve, cheia de curva. Não dá para prever direito como ela vai se comportar.

E qual a receita, então?
Não tem muita receita. O pior é que os jogadores bolivianos sabem o quanto é diferente e chutam até do meio-campo. Pode reparar. Eles cruzam e chutam de onde estiverem, sem medo de errar.

Qual impressão ficou do Bolívar após o empate em 2 a 2 no Maracanã?
Não é um time bobo, não. Sempre dizem que as equipes bolivianas só conseguem jogar com a ajuda da altitude, mas ficou claro que o Bolívar é diferente.

Tem alguém em especial que merece atenção?
A gente vai enfrentar um antigo conhecido meu: o Arce, que foi atacante do Corinthians comigo. A gente jogou ganhou a Série B do Brasileiro e foi vice na Copa do Brasil em 2008. É um cara rápido, esperto, e que aqui é tratado como um rei.

O que o Flamengo precisa fazer para garantir logo a classificação?
Se a gente vencer hoje, vai dar um passo bem importante (chegaria a sete pontos e poderia até virar líder se o León não vencesse o Emelec). De qualquer forma, até um empate, dependendo das circustâncias, pode ser bom negócio.