Bábby é peça importante na formação de Claudio Mortari no Pinheiros (Foto: Divulgação/Pinheiros)


Oitava escolha do Draft da NBA em 2004, quando foi escolhido na primeira rodada pelo Toronto Raptors, Rafael Bábby, aos 33 anos, já viveu praticamente tudo o que o basquete pode oferecer a um atleta. Além de ter atuado na principal liga de basquete do mundo por três temporadas, o pivô atuou pela seleção brasileira e também jogou na Europa. No currículo desse curitibano, porém, ainda falta a Liga das Américas. Peça importante do Pinheiros, Bábby não estava na conquista do ano passado, e quis o destino que a chance de triunfar na "Libertadores do basquete" viesse justamente na cidade e diante do clube onde fez história, o Flamengo. Pelo Rubro-Negro, o pivô conquistou o NBB 2008/9 e a Liga Sul-Americana.

Agora, do outro lado, ele sabe que terá que encarar a pressão da torcida que tanto o apoiou, e promete empenho, sem deixar se levar pelo passado e por possíveis desentendimentos que teriam acontecido para a sua saída do clube depois de todas as conquistas.

- É uma honra esta fazendo parte desta final, agora, com a outra camisa, pois eu fiz uma história bonita aqui também. No primeiro ano de NBB, nós fomos campeões brasileiros, sul-americanos e cariocas. O Sul-americano era um título que o Flamengo ainda não tinha conquistado. Respeito os jogadores do outro lado, o técnico, o que o Flamengo foi pra mim, mas a vida continua. Não tenho nenhum ressentimento. Tenho é saudade desta torcida, desta cidade maravilhosa, que é o Rio de Janeiro. Se as coisas não deram certo, não deram certo - garante o pivô, que na NBA também jogou no Utah Jazz após ser envolvido em uma troca.

Contra o Halcones Xalapa, nas semifinais, na sexta-feira, Bábby veio do banco e teve atuação fundamental quando o Pinheiros chegou a estar atrás do marcador. Com a boa presença, manteve-se em quadra, ajudou o time a vencer e deixou o duelo com 16 pontos. Agora na decisão, o pivô sabe que o time não pode ter o mesmo começo que teve contra os mexicanos, sob o risco de não conseguir se recuperar e perder a chance do bicampeonato consecutivo, o que seria um feito inédito.

- Precisamos bloquear esta torcida. A gente sabe como ela é, já tivemos a experiência de vir enfrentá-los aqui. Vai ser uma briga de cachorro grande. O grupo acredita muito no meu potencial, sabe o que eu posso fazer. Vamos ter que ter muita paciência, o foco dobrou. Precisamos descansar, o jogo não vai ser fácil, eles estão com a pressão por jogarem dentro de casa, eles estão jogando na casa deles. Temos que ter consciência no trabalho de bola. Não podemos ter este começo de jogo que tivemos hoje (ontem), amarrado, sem energia, sem fluir legal. Não podemos esperar até o final do último quarto para começar a jogar o melhor basquete - finaliza Bábby.